Portugal, Espanha, Marrocos e França afinam cooperação contra o terrorismo

Luta à imigração ilegal passa pela constituição de equipas policiais conjuntas.

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Ministra considerou que a Europa encontrou uma "resposta que reflecte um acordo equilibrado" Rui Gaudêncio

Portugal, Espanha, França e Marrocos criaram esta terça-feira um subgrupo de trabalho para fomentar a cooperação operacional, estabelecer orientações e monitorizar os resultados no âmbito da prevenção e luta contra o terrorismo. A criação do subgrupo de trabalho foi decidida durante a terceira reunião do denominado grupo G4, que integra a ministra portuguesa da Administração Interna e os ministros do Interior de Espanha, França e Marrocos, um encontro que decorreu no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras.

“No combate e prevenção do terrorismo, que agora se apresenta sob novas formas e exige novas respostas, decidimos a criação de um subgrupo de trabalho para fomentar a cooperação operacional, estabelecer orientações e monitorizar os resultados”, disse Anabela Rodrigues em conferência de imprensa realizada após o Encontro Ministerial Quadripartido.

A titular da Administração Interna adiantou que Portugal vai integrar o novo grupo de trabalho, que vai dedicar-se à definição das prioridades operacionais no domínio da prevenção e luta contra o terrorismo.

No encontro, os ministros consideraram também fundamental eliminar “as fontes do extremismo violento, através de uma abordagem global baseada tanto na prevenção e luta contra a radicalização, especialmente na internet, como no reforço dos meios para neutralizar o movimento de combatentes estrangeiros”. Até porque, como destacou o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, “o grau de ameaça é extremamente alto".

O dirigente de Paris insistiu na necessidade da União Europeia adoptar o PNR (registo de nomes de passageiros das linhas aéreas) para controlar os jihadistas estrangeiros que se preparam para regressar da Síria e do Iraque aos seus países de origem, na União Europeia (UE). Este dispositivo permitirá às autoridades dos países da UE ter “uma ideia clara dos caminhos que percorrem” e se possível proceder à sua detenção, disse.

O ministro francês defendeu ainda o "estabelecimento de controlos de forma coordenada e sistemática no espaço Schengen", sem ser alterado o texto original deste acordo. No domínio da prevenção e tráfico de estupefacientes, bem como em matéria de reforço da cooperação policial, os quatro países comprometeram-se também “a intensificar a troca de informações e de boas práticas”.

Foi também decidido criar equipas conjuntas de cooperação policial junto dos postos chave das principais rotas de imigração, defendendo “acções firmes” contra as redes de exploração de imigrantes. “Debatemos os principais desafios que se constituem como ameaças comuns às nossas sociedades e aos nossos valores, tendo os quatro comungado da convicção de que são necessárias acções firmes em domínios fundamentais, como na prevenção e no combate às redes de exploração da imigração ilegal e também à criminalidade organizada”, disse Anabela Rodrigues.

A ministra da Administração Interna adiantou que os membros do G4 reafirmaram “a importância desta cooperação para evitar tragédias, tais como a que se assistiu recentemente no Mediterrâneo”.

Nesse sentido, sublinhou que vão ser criadas equipas conjuntas de análise e cooperação policial junto de postos chave das principais rotas de imigração. Os ministros de Portugal, Espanha, França e Marrocos voltam a reunir-se no próximo ano, em Espanha, durante a presidência espanhola do G4.

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