Campanha com muitos decalques e algumas surpresas
Há candidatos que ainda não apresentaram programa eleitoral mas repetem propostas como um novo hospital. Coloigação que inclui dissidentes do PS quer regresso de Jardim
Poucas são as forças partidárias que apresentaram, ainda, um programa de governo tendo em vista as eleições de 29 de Março. A maioria publicitou medidas avulsas e pontuais. PSD e CDS foram os únicos até ao momento que estruturaram a candidatura.
A Coligação Mudança, liderada pelo socialista Victor Freitas, deu a conhecer as 12 medidas para os primeiros 100 dias de governo, caso vença as eleições, entre elas renegociar as verbas das PPP, renegociar a dívida da região em função do crescimento, implementar uma ligação marítima para o continente, reduzir as taxas aeroportuárias, parar a privatização da empresa de transportes públicos, devolver o Jornal da Madeira à Diocese e baixar o IRC das pequenas e médias empresas.<_o3a_p>
Todas estas ideias constam também do programa do PSD. Albuquerque pretende ainda reforçar as incompatibilidades dos deputados, reduzir o número de deputados, limitar a três mandatos consecutivos a eleição do presidente do governo, privatizar o Jornal da Madeira (cuja dívida atinge 50 milhões de euros), terminar com o Plano de Resgate e construir um novo hospital.<_o3a_p>
No programa do CDS, surge também a construção do novo hospital, a necessidade de crescimento económico, transportes aéreos e marítimos com preços inferiores aos atuais, apoios às empresas e fomento de consumo de produtos regionais. Ou seja, tudo se cruza. Até mesmo nos discursos. Todos querem dar a volta à Madeira.<_o3a_p>
A decisão dos eleitores terá muito a ver com as pessoas que lideram os projectos. No caso da Coligação Mudança, muitos socialistas criticaram desde início o facto de Victor Freitas se ter aliado a José Manuel Coelho do PTP, uma figura controversa que há menos de um ano colava cartazes no Funchal (campanhas eleições europeias) a parodiar o dirigente socialista ao colo de Jardim.<_o3a_p>
Há ainda o partido JPP, movimento de cidadãos que conquistou a Câmara de Santa Cruz nas últimas autárquicas, com o apoio de vários partidos, incluindo o PS, e que lança Élvio Sousa, actual presidente da Junta de freguesia de Gaula. O JPP aposta tudo nas questões sociais e na política de proximidade, enquanto que a CDU de Edgar Silva promete “rasgar” o PAEF, levar ao hemiciclo uma estratégia de combate à corrupção, mais uma proposta de aumento do salário mínimo e um programa de emergência social. <_o3a_p>
O BE de Roberto Almada insiste na renegociação com a República e com os credores para que exista um perdão parcial da dívida.<_o3a_p>
O PND de Gil Canha é o único que continua a usar o humor e a sátira. A primeira medida apresentada foi vender a Quinta Vigia (presidência do governo). Os candidatos voltam a usar a figura do “Bexiga”, um actor que imitava Alberto João Jardim, e uma ambulância como transporte de campanha. <_o3a_p>
A Coligação Plataforma de Cidadãos, que vai à boleia do PPM e do PDA, composta sobretudo por ex-militantes do PS, preconiza um governo de salvação regional lançando Alberto João Jardim para candidato à presidência do governo dada “a sua experiência política”. <_o3a_p>
Segue-se o MAS, liderado por José Carlos Gonçalves Jardim, familiar de Alberto João Jardim, e que escolheu João Luís Fernandes, um vendedor de rua conhecido pelo “meias”, um homem ingénuo e frágil, para ocupar o cargo de presidente, facto que tem sido muito criticado. Para compor a lista, falta o PNR (Partido Nacional Renovador), encabeçado por António Araújo, muito virado para as questões ambientais enquanto dos lados do MRPP, Alexandre Caldeira, um ex-PCP, promete resgatar a autonomia. <_o3a_p>