Reunião histórica entre Cuba e EUA foi "produtiva e construtiva"

Primeira ronda de negociações marcada por queixas de Cuba sobre a dualidade de critérios no tratamento de imigrantes cubanos.

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Josefina Vidal liderou as negociações em nome de Cuba YAMIL LAGE/AFP

A primeira ronda de negociações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos ao fim de décadas de afastamento ficou marcada por alguma contestação do lado cubano contra a já previsível lentidão do reatamento anunciado, mas ambos os lados falaram em resultados "produtivos" e "construtivos".

Já depois da chegada a Cuba da vice-secretária de Estado norte-americana, Roberta Jacobson, delegações das duas partes juntaram-se para discutirem alguns aspectos da política de imigração dos Estados Unidos, numa reunião que prossegue nesta quinta-feira.

"Explicámos ao Governo cubano que o nosso Governo está completamente comprometido com a manutenção da Lei de Ajustamento de Cuba, e com o facto de as políticas de migração a que chamamos de forma coloquial 'wet foot/dry foot' [pé molhado/pé seco] mantêm-se em vigor", disse Alex Lee, responsável do Departamento de Estado norte-americano pelos assuntos relacionados com a América do Sul e Cuba.

Em causa está a política norte-americana que autoriza a permanência de cubanos que cheguem aos Estados Unidos por terra, mas que obriga a repatriar todos os que cheguem aos Estados Unidos por mar, um tratamento diferente do que é aplicado aos cidadãos de outros pasíses.

A representante da delegação cubana, Josefina Vidal, reiterou as queixas de Havana, e sublinhou que esse tipo de tratamento especial reservado aos cidadãos cubanos promove a imigração ilegal, o tráfico de pessoas e resulta em travessias perigosas a bordo de embarcações frágeis.

Apesar desta divergência, os responsáveis dos dois países congratularam-se com os resultados da primeira reunião, descrita por Alex Lee como "produtiva" e por Josefina Vidal como "construtiva".

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