Petróleo, a maior das sanções para Putin

A queda a pique dos preços do petróleo está a afundar a moeda e a economia russa.

"Haverá vencedores e derrotados". Foi assim que Christine Lagarde comentou a notícia de que os preços do barril do petróleo estão a cair a pique. Para a Rússia, preços mais baixos significa “aumentar a sua fragilidade e vulnerabilidade”, acrescentou a directora do FMI.

A descida do barril, associada às duras sanções impostas pela União Europeia e pelos EUA, estão a provocar uma derrocada na economia russa. Esta terça-feira, Moscovo veio rever em forte baixa as previsões para a economia no próximo ano. Em vez de um crescimento de 1,2% do PIB, as previsões apontam agora para uma recessão de 0,8%.

O vice-ministro da Economia, Alexei Vedev, justificou as novas previsões com o petróleo (Moscovo contava com um preço de 100 dólares em 2015 e agora conta com 80 dólares) e com as sanções internacionais (esperam que terminem no final do próximo ano, quando antes apontavam para um aliviar da tensão em meados de 2015). As sanções e a queda da matéria-prima estão a afundar o rublo, que este ano já perdeu mais de 40%, tendo levando o país inclusive a abortar emissões de dívida em moeda local por falta de interesse dos investidores.

Para ajudar a asfixiar ainda mais a economia russa, Vladimir Putin veio confirmar a suspensão do projecto de gasoduto South Stream, que ligaria directamente a Rússia à Europa meridional. É uma decisão no sentido da pressão feita pelo Parlamento Europeu. Fazer um gasoduto até à Turquia é para Putin um mal menor.

O Presidente russo sabe que o isolamento que está a infligir à economia russa virar-se-á contra ele, mais tarde ou mais cedo. A queda abrupta do petróleo faz com que seja mais cedo. Esta terça-feira foi anunciado um acordo de cessar-fogo entre o Governo ucraniano e os rebeldes pró-russos da região de Lugansk. Provavelmente vão surgir mais acordos, à medida que o barril fica mais barato.

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