Regime de Assad desafiou EUA para colaboração na luta contra o Estado Islâmico

Na semana passada,Obama disse que não hesitaria em atacar a organização islamista "na Síria como no Iraque” ao mesmo tempo que anunciava apoio aos rebeldes anti-Assad.

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Carta do presidente do Parlamento “não poderia ter sido escrita sem a aprovação" de Assad Reuters/Sana-Arquivo

O regime sírio desafiou os Estados Unidos para uma colaboração no combate ao inimigo comum – o Estado Islâmico (EI).

A noticia da proposta é do diário britânico The Independent e foi assinada pelo jornalista Robert Fisk, profundo conhecedor do Médio Oriente, que acompanha há décadas. O texto do jornal é sintomaticamente intitulado “Carta de Assad aos EUA: Como a Síria está a atrair o Presidente Obama para a sua teia”.

A carta foi enviada pelo presidente do Parlamento sírio, Mohamed Jihad al-Laham, à Câmara dos Representantes. É dirigida, entre outros, ao presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, e à líder da minoria democrata, Nancy Pelosi, e “não poderia ter sido escrita sem a aprovação do regime”.

Os membros do Congresso – que no ano passado condenaram o regime sírio pelo uso de armas químicas contra opositores – são convidados a visitarem Damasco para discutirem acções conjuntas contra os jihadistas do EI e outros grupos.

“É uma oferta que o Presidente Barack Obama terá que recusar – mas não sem algum embaraço”, escreveu Fisk. O líder norte-americano terá de explicar por que não pode aceitar uma colaboração contra os inimigos “apocalípticos” dos Estados Unidos, acrescenta.

Na semana passada, ao apresentar a estratégia para “degradar, derrotar e por fim destruir” a organização islamista, Obama disse que não hesitaria em “actuar contra o EI na Síria como no Iraque”, ao mesmo tempo que anunciava apoio aos rebeldes sírios anti-Assad que considera moderados.

A carta de Mohamed Jihad al-Laham argumenta que a oposição “moderada” que os Estados Unidos prometerem ajudar e treinar é idêntica ao EI.

Numa anterior fase da guerra da Síria, o Presidente dos Estados Unidos, tal como líderes europeus, chegaram a dizer que Assad estava acabado e só lhe restava partir.

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