ONU quer reduzir o número de recrutas do Estado Islâmico

O objectivo é pedir aos países que criminalizem os seus cidadãos que vão combater no estrangeiro e, depois, se tornam uma ameaça à segurança ao regressarem a casa.

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Reduzir o número de jihadistas é o objectivo de uma resolução em estudo pelo Conselho de Segurança Reuters

O Conselho de Segurança das Nações Unidas está a preparar uma resolução que pede aos países que criminalizem a participação (ou apoio) dos seus cidadãos em conflitos no estrangeiro. Segundo a agência Reuters, que teve acesso ao documento preliminar, a medida visa diminuir o recrutamento por parte do Estado Islâmico e de outros grupos extremistas que combatem no Médio Oriente e, ao mesmo tempo, diminuir o nível de ameaça que os que regressam a casa representam.

Segundo a Reuters, um documento preliminar redigido pelos Estados Unidos já circula entre os 15 membros do Conselho de Segurança, devendo a resolução ser votada no dia 24 de Setembro, quando o Presidente dos EUA, Barack Obama, presidir à sessão.

Alguns países, como o Reino Unido, já elevaram o grau de alerta terrorista devido ao aumento de cidadãos seus que partiram para a Síria e para o Iraque, onde combatem ao lado do Estado Islâmico, e também pelo aumento dos que regressaram a casa. Pelas mesmas razões, o Governo australiano fez saber, na terça-feira, que poderá fazer o mesmo, elevando o grau de alerta de médio para elevado.

Numa conferência de imprensa, o chefe da Organização de Segurança e Espionagem da Austrália, David Irvine, disse que o número de australianos que estão a regressar da Síria e do Iraque, onde combateram ao lado de grupos extremistas, está a crescer, o que representa uma ameaça cada vez maior.

Irvine disse que são cerca de 160 os australianos que combatem ou combateram no Médio Oriente, tendo 20 deles regressado a casa. As autoridades suspeitam que foi um australiano que realizou o atentado suicida que matou três pessoas em Bagdad em Julho e que serão australianos os dois homens que, num vídeo publicado numa rede social, aparecem a segurar cabeças cortadas de soldados sírios.

Esta quarta-feira, a polícia australiana prendeu dois homens, de 21 e 31 anos, por envolvimento com grupos terroristas — são suspeitos de darem apoio a cidadãos que saíram do país para combater.

Estas prisões aconteceram depois de uma investigação que durou 12 meses e os homens foram detidos após rusgas policiais a nove propriedades nos subúrbios de Brisbane, a zona onde em Novembro se realizará a cimeira do G20.

"Quero sublinhar que, neste momento, não há informação dos serviços secretos, da polícia ou das agências de segurança que indiquem que [os detidos] estão envolvidos no planeamento de algum acto terrorista na Austrália", disse o comissário da polícia federal Neil Gaughan. Adiantou que os dois homens terão ligações à Frente al-Nusra, activa na região dos Montes Golã sírios, onde há duas semanas ficaram reféns 45 capacetes azuis da ONU.

Em Agosto a Austrália reforçou as medidas anti-terrorismo e, também nesta quarta-feira, divulgou um gasto adicional de 24,7 milhões de euros na protecção de fronteiras.

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