Dirigente da Renamo detido à saída da presidência de Moçambique

Partido da oposição considera que o que aconteceu mostra o que espera Dhlakama, se for a Maputo.

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António Muchanga, na sede da Renamo, Novembro de 2013 Nelson Garrido

Um dirigente da Renamo, representante do principal partido da oposição em Moçambique no Conselho de Estado, foi detido na segunda-feira em Maputo. A detenção ocorreu pouco depois da reunião do órgão de que António Muchanga faz parte, no recinto da presidência da República.

“Para nossa grande surpresa, o nosso colega António Pedro Muchanga foi detido poucos minutos após o final da reunião do Conselho de Estado”, confirmou à AFP Manuel Lole, outro dirigente da Renamo, Resistência Nacional Moçambicana, antiga guerrilha armada, que esteve na reunião.

Tanto António Muchanga como Manuel Lole foram indicados pela Renamo para participarem nas reuniões do conselho, com o objectivo de discutir a instabilidade político-militar que em 2013 voltou ao país, ameaçando os acordos de paz de 1992 entre o partido governamental, a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), e a oposição armada.

Muchanga beneficiava de imunidade por ser membro do conselho, protecção que lhe foi retirada no decorrer da reunião, por proposta da Procuradoria-Geral da República, com a argumentação de que tem incitado à violência.

Segundo o jornal A Verdade, a Renamo alega que o seu dirigente foi detido sem mandado judicial e considera que o caso vai complicar ainda mais a situação política moçambicana.

O partido da oposição considera Muchanga um preso político e entende que o que se passou com ele mostra o que espera o líder do partido, Afonso Dhlakama, se se deslocar a Maputo para um encontro que o Presidente da República, Armando Guebuza, afirma desejar.

Dhlakama está em local desconhecido desde que, em Outubro de 2013, as Forças Armadas tomaram a base de Satungira, Sofala, onde viveu no ano anterior. O país assistiu há mais de um ano a uma situação de conflito não declarado, com confrontos esporádicos e frequentes ataques a colunas de viaturas, no centro. Esses ataques são atribuídos a homens armados da Renamo.

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