Magnata chinês condenado à morte por associação criminosa
Liu Han era próximo do antigo ministro da Segurança Pública, Zhou Yongkang, um homem muito poderoso que também caiu em desgraça.
O magnata chinês Liu Han, próximo do antigo chefe dos serviços de segurança Zhou Yongkang — detido e à espera de julgamento por corrupção —, foi acusado de associação mafiosa e condenado à morte.
Um tribunal da província de Hubei considerou Liu Han e o irmão, Liu Wei, culpados de “chefiarem uma organização criminosa e assassina ao estilo da mafia”, relata a agência Xinhua (Nova China).
A condenação de Liu Han foi, porém, lida no Ocidente como uma etapa do desmantelamento de uma rede ligada a Zhou, que foi um dos políticos mais influentes da última década na China e está a ser investigado por corrupção e abuso de poder e encontra-se, segundo fontes próximas do Governo, em prisão domiciliária. A investigação sobre Zhou Yongkang, um ex-membro do Comité Permanente do Partido Comunista, é vista como a quebra de uma das principais regras tácitas que regem o equilíbrio de poder na China.
O tribunal considerou que, entre outros crimes, Liu Han e a sua organização obtiveram "grandes lucros através de actividades ilegais”, muitos com a “colaboração de funcionários governamentais”, de forma a controlar o jogo em Guanghan e Sichuan. Também cometeram “vários crimes de morte”.
Liu era o presidente do complexo mineiro do Grupo Sichuan Hanlong — que comprou a Sundance Resources australiana — e estava na lista da revista Forbes das pessoas mais ricas do mundo, em 148.º lugar.
A imprensa estatal chinesa escrevera, recentemente, que o “bando” de Liu, sediado em Sichuan, tinha fortes ligações políticas que o levaram a ser nomeado delegado do comité de conselheiros da província. Nos últimos meses, vários altos funcionários de Sichuan ligados a Liu e a Zhou Yongkang — que foi secretário do partido na província antes de se tornar ministro da Segurança Pública, em 2003 — começaram a ser investigados.
A guerra contra a corrupção dentro do aparelho oficial foi intensificada pelo Presidente Xi Jinping quando chegou ao poder, em Março de 2013, mas começou durante o período da transição da chefia, com os analistas a explicarem que foi usada na luta pelo poder em Pequim.