PJ diz que a estratégia policial foi importante para capturar Manuel “Palito” com vida
Depois de ter estado fugido durante 34 dias, Manuel Baltazar é ouvido esta quinta-feira à tarde por um juiz no Tribunal de São João da Pesqueira. Ouviu aplausos ao chegar ao tribunal.
Manuel Baltazar andou fugido às autoridades durante 34 dias, até ser detido na quarta-feira à noite. A Polícia Judiciária justificou nesta quinta-feira a estratégia seguida neste caso, argumentando que foi decisiva para capturar “vivo” o alegado homicida de Valongo dos Azeites. O suspeito, que está ainda na cadeia de Vila Real, é ouvido nesta quinta-feira à tarde por um juiz no Tribunal de São João da Pesqueira para a aplicação das medidas de coacção.
A operação “teve dois objectivos”: “Garantir o sentimento de segurança à comunidade e capturar o suspeito com vida – repito, com vida – para o apresentar à Justiça”, disse o inspector-chefe da unidade local da PJ de Vila Real, António Torgano.
Na conferência de imprensa conjunta com a GNR, o responsável da PJ, que não permitiu perguntas dos jornalistas, sublinhou ainda que a “colaboração com a GNR foi excepcional”.
Já o comandante do Comando Territorial de Viseu da GNR, Eduardo Seixas, destacou que a parte da operação que coube àquela força policial teve como objectivos a “deslocação para o terreno do efectivo policial considerado necessário” e a “limitação das manobras do suspeito” naquela área.
Na comunicação aos jornalistas, PJ e GNR não deram pormenores sobre a operação policial, mas fonte da Judiciária já tinha explicado ao PÚBLICO que a habitação do fugitivo estava sob vigilância remota. Os investigadores tinham instalado câmaras de videovigilância e detectaram a presença de Manuel Baltazar, tendo-o interceptado de imediato, pouco antes das 20h. O alegado homicida, que estava armado com uma caçadeira, não ofereceu resistência.
As câmaras instaladas eram controladas remotamente pela PJ que as direccionava e recebia o seu sinal de vídeo num computador.
Manuel "Palito", sublinhou fonte policial, acreditava que não estaria nenhum polícia por perto e que aquele local era seguro. O método usado apostou na discrição dos elementos da PJ. A maior visibilidade da GNR, que patrulhou a localidade intensamente garantindo a segurança da população, serviu de manobra de diversão para despistar a atenção do fugitivo, realçou a PJ. Fonte policial explicou ainda ao PÚBLICO que Manuel Baltazar aparentava estar mais magro e em estado debilitado.
Manuel Baltazar, também conhecido pela alcunha de “Palito”, foi detido na noite de quarta-feira quando se preparava para entrar na sua casa, em Trevões. O suspeito, de 61 anos, esteve 34 dias em fuga, após ter baleado mortalmente a ex-sogra e uma tia da ex-mulher, além de ter ferido a antiga companheira e a filha de ambos, em Valongo dos Azeites.
O suspeito é ouvido na tarde desta quinta-feira no Tribunal de São João da Pesqueira, onde se concentraram centenas de pessoas, obrigando a GNR a delimitar a área. Quando Manuel Baltazar chegou ao tribunal, ouviu aplausos e assobios, numa aparente manifestação de apoio da população que estava no local.