Naufrágio de barco com imigrantes mata pelo menos 36 pessoas na Líbia

Governo de Trípoli exige intervenção da União Europeia ou passa a ajudar os ilegais a atravessarem o Mediterrâneo.

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O ministro líbio do Interior disse que a UE tem que "assumir a sua responsabilidade" AFP

Eram do Mali, dos Camarões, do Gana e do Burkina Faso e morreram na terça-feira junto à costa da Líbia. Este domingo, mais corpos foram retirados do mar — segundo o Governo de Trípoli são 36, mas poderão ser muitos mais uma vez que o barco que os iria levar, ilegalmente, para a Europa levava 130 pessoas e só 52 forma salvas.

No sábado, quando os primeiros corpos foram retirados do mar, o ministro do Interior líbio, Saleh Mazek, disse que a União Europeia tem que ter uma acção mais directa e eficaz na prevenção destas vagas de imigração.

A UE “tem que assumir a sua responsabilidade”, disse o ministro. Se não o fizer, garantiu Mazek, a Líbia — um país mergulhado na instabilidade desde o início da rebelião que tirou Muammar Khadafi do poder — não terá outra alternativa a não ser ajudar estas pessoas, quase sempre provenientes de países subsarianos, a atravessarem em segurança o Mediterrâneo e a chegar à Europa.

Segundo o porta-voz da Marinha da Líbia, Ayoub Kassem, o barco virou-se ao largo da cidade de Garabouli (a 4km). As buscas vão continuar, adiantou, uma vez que os relatos dos sobreviventes mostram que há ainda um número elevado de desaparecidos. 

A costa líbia é a zona de embarque de ilegais preferida pelos traficantes. O país está perto da Europa e tem praias extensas e zonas que facilitam o trabalho dos traficantes. O destino das embarcações é, geralmente, a ilha italiana da Sicília e o seu porto de Lampedusa.

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