Fenprof considera grave a possibilidade de interrupção da formação de professores

Federação afecta à CGTP diz que não são identificadas pela tutela as saídas e opções dos aluno que não obtêm sucesso na prova de admissão ao mestrado

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A próxima reunião entre professores e o ministério de Nuno Crato está marcada para dia 12 Foto: Luís Manso

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) considera "grave e preocupante" que a tutela "preveja a possibilidade de interromper o percurso de formação inicial de qualquer aluno" dos cursos de professores e educadores, cujas novas regras foram aprovadas na quinta-feira.

A maior estrutura sindical de professores contesta a realização de uma prova no final do ciclo de estudos conducente ao grau de licenciado que "irá determinar o ingresso, ou não, no ciclo de estudos conducente ao grau de mestre". Em comunicado, a federação afecta à CGTP explica que não são identificadas pela tutela que saídas e opções tem o aluno quando não obtém sucesso na prova. O Ministério da Educação sustenta que a prova em causa, de admissão ao mestrado, já está prevista na lei, mantendo-se com as novas regras para os cursos de professores e educadores.

O Governo aprovou, na quinta-feira, novas regras para os cursos de professores e educadores, que terão ciclos de estudo mais longos e maior articulação entre a formação e a área que os candidatos vão ensinar, segundo o ministro da Educação Nuno Crato. No final da reunião de Conselho de Ministros, o governante disse que as novas regras prevêem "um aumento da duração dos mestrados em educação pré-escolar e em ensino do 1.ºciclo do básico de dois para três semestres e um aumento do mestrado conjunto em educação pré-escolar e ensino do 1.ºciclo de três para quatro semestres". O ministro mencionou igualmente a fixação em quatro semestres dos restantes mestrados, o desdobramento do mestrado em ensino dos 1.º e 2.ºciclos em duas áreas, separando a formação dos docentes (2.ºciclo) de Português, História e Geografia dos de Matemática e Ciências Naturais. Nuno Crato avançou também com o desdobramento do mestrado em ensino de História e Geografia no 3.ºciclo, ajustado às formações actuais, uma vez que História e Geografia têm neste momento licenciaturas separadas, justificou. E referiu que serão eliminados mestrados sem correspondência actual com os grupos de recrutamento, sem precisar quais.

O novo regime entrará em vigor no ano lectivo 2015/16, pelo que as escolas "terão tempo" para se prepararem, indicou Nuno Crato.

 

 

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