China divulga imagens que podem ser destroços do avião desaparecido

Pista dirige buscas de volta para a zona do estreito de Malaca, enquanto a Malásia tinha alargado em muito o raio de buscas.

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Mapa da área do estreito de Malaca ATAR/AFP

Há uma nova pista sobre o avião desaparecido da Malaysia Airlines: satélites chineses captaram imagens do que poderão ser destroços do Boeing 777 a flutuar no Mar do Sul da China.

Não é a primeira vez que o que pareciam ser destroços do voo MH370 afinal não eram nada disso, por isso convém encarar esta nova pista na busca pelo avião que desapareceu na sexta-feira com 239 pessoas a bordo com um grão de cepticismo. Mas foram divulgadas por um organismo oficial chinês – a Agência Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria para a Defesa Nacional.

São três imagens e mostram o que podem ser “três objectos a flutuar”, que não são propriamente pequenos. Um tem 13x18 metros, outro 14x19 metros e o último 24x22 metros. Como termo de referência, diz a CNN, o comprimento da asa de um Boeing 777-200ER como aquele que está desaparecido é de cerca de 64 metros.

Estas imagens não são novas – foram captadas a 9 de Março, um dia depois de o avião ser dado como desaparecido. Mas só foram divulgadas esta quarta-feira. As coordenadas dadas são 105.63 Leste de longitude, 6.7 Norte de latitude, o que os coloca em a Nordeste do local de Kuala Lumpur, na Malásia, de onde levantou voo, e a Sul do Vietname, num ponto onde o Mar do Sul da China se encontra com o Golfo da Tailândia.

Esta localização não é excêntrica – demasiado para Oeste, como as autoridades malaias começaram a procurar, na sequência de indicações de que o avião poderia ter voltado para trás. “É onde deveria estar”, comentou à CNN Peter Goelz, ex-director do Painel Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos. “É preciso levar para lá barcos e aeronaves o mais rapidamente possível”, concluiu.

A China tem manifestado a sua insatisfação com a forma como estão a decorrer as buscas. “Tem havido demasiada confusão” relativamente ao percurso do avião”, queixou-se o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim. Havia 153 cidadãos chineses a bordo do voo MH370.

A divulgação destas imagens pela China aumentou a tensão com as autoridades malaias, que já era elevada. Numa conferência de imprensa em ambiente hostil, com as autoridades malaias a dizer que não foram informadas pela China sobre estas imagens, responsáveis militares disseram que o último registo do voo MH370 foi às 2h15 de sábado a cerca de 370 km para noroeste de Penang, na zona do estreito de Malaca, relata o jornal Guardian na sua edição online. Inicialmente, as autoridades tinham dito que o controlo de tráfego aéreo tinha perdido contacto com o avião à 1h30, no lado Leste da Malásia peninsular. E na terça-feira, para ajudar à confusão, o chefe das Forças Armadas teria dito, segundo uma publicação, que os sinais do avião tinham sido detectados por um radar militar às 2h40 – embora ele tenha vindo a público negar que o tenha dito.

O resultado de todas estas informações contraditórias é que a área de busca do avião se alargou imenso: cobre agora cerca de 50 mil km2 e envolve 42 barcos e 39 aviões. 

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