Cameron diz que a Grã-Bretanha está disposta a lutar pelas Falkland

Primeiro-ministro britânico lembra a Cristina Kirchner que o Reino Unido tem um dos “cinco maiores orçamentos de Defesa do mundo”

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David Cameron está determinado em defender as Falkland BEN STANSALL/AFP

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse este domingo que a Grã-Bretanha estará pronta, se necessário, a lutar para conservar as ilhas Falkland (Malvinas para os argentinos), arquipélago do Atlântico Sul reivindicado pela Argentina.

“A nossa determinação é extremamente forte”, sublinhou Cameron numa entrevista à BBC1, acrescentando que o Reino Unido dispõe ainda de um dos “cinco maiores orçamentos de Defesa do mundo”, apesar dos cortes decididos pelo seu governo no âmbito das políticas de austeridade orçamental.

Quando interrogado sobre se a Grã-Bretenha estaria disposta a lutar, se necessário, para conservar as Falkland, o primeiro-ministro respondeu: “Claro, temos importantes meios de defesa a postos e, o que é primordial, temos caças e tropas estacionadas nas Falkland.”

O tom de confronto entre Londres e Buenos Aires tem vindo a subir nos últimos meses depois das comemorações do 30.º aniversário do conflito que opôs os dois países que lutaram pela soberania do arquipélago entre 2 de Abril e 14 de Junho de 1982. Este conflito saldou-se na morte de 649 argentinos, 255 britânicos e três habitantes das ilhas.

Na passada quinta-feira, a Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, escreveu uma carta aberta ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, chamando "colonialistas" aos britânicos e exigindo a devolução das ilhas.

A carta foi publicada, como publicidade, em dois dos principais jornais do Reino Unido (The Guardian e The Independent) e descreve com grande pormenor a resolução das Nações Unidas de 1960 pedindo "o fim do colonialismo em todas as suas formas e manifestações".

"Em nome do povo argentino, reitero o convite para que seja cumprida a resolução das Nações Unidas", escreveu a Presidente.

Cameron rejeitou imediatamente este pedido, sublinhando que os habitantes das Falkland terão ocasião para dizerem em breve se querem ou não continuar sobre soberania britânica.

Um referendo de autodeterminação deverá realizar-se nos dias 10 e 11 de Março no arquipélago que está sob domínio britânico desde 1833 e onde vivem cerca de três mil pessoas. 
 
 

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