Snowden pede asilo temporário à Rússia

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Snowden pode sair do aeroporto para um campo de refugiados enquanto o pedido é processado Glenn Greenwald/Laura Poitras/REUTERS

Edward Snowden, o analista informático que se tornou um fugitivo depois de divulgar documentos secretos relativos ao programa de espionagem electrónica da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, entregou esta terça-feira um pedido oficial de asilo temporário junto dos serviços de imigração da Rússia

Os documentos foram preenchidos e entregues às autoridades russas dentro das instalações do aeroporto de Moscovo, onde Edward Snowden se encontra há mais de três semanas. O norte-americano viajou da sua casa no Havai para Hong Kong, de onde partiu depois confirmar ser o responsável pela fuga de informação que expôs a complexa arquitectura do programa de espionagem doméstica e internacional dos serviços secretos dos Estados Unidos, o programa PRISM.

Segundo explicou o seu advogado na Rússia, Anatoli Kucherena, o ex-consultor da CIA solicitou asilo temporário por não dispor de passaporte (foi revogado) ou qualquer outro documento de identificação válido que lhe permita viajar para qualquer um dos vários países disponíveis para recebê-lo – a maior parte na América Latina. “Por enquanto o plano dele é ficar na Rússia”, informou.

Um porta-voz do Kremlin esclareceu depois que a apreciação do pedido não compete ao Presidente Vladimir Putin mas sim aos serviços de imigração. Enquanto o pedido é processado, Snowden poderá ser transferido da zona de passageiros em trânsito, no aeroporto, para um centro de acolhimento de refugiados. Se a resposta for favorável, o norte-americano poderá permanecer na Rússia durante um período de 12 meses, que pode ser alargado para mais um ano no fim do prazo.

A presença de Snowden no aeroporto de Moscovo introduziu um elemento “indesejado” de tensão na relação entre a Rússia e os Estados Unidos, admitiu Vladimir Putin, citado pelo jornal The New York Times.

“Não fomos nós que o convidamos”, sublinhou, explicando que o analista só permanece no aeroporto de Moscovo porque, antes de aterrar para fazer escala, “os parceiros americanos descobriram que ele estava a bordo e impediram que seguisse viagem”. “E depois amedrontaram os outros países de tal maneira que agora ninguém o quer receber. Que rica prenda que nos deram”, ironizou.

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