O Presidente russo, Vladimir Putin, poderá entrar nos nomeados para o Nobel da Paz em 2014. Uma associação, em conjunto com um grupo de personalidades russas, anunciou nesta terça-feira que enviou uma proposta de nomeação.

Entre os subscritores da acção está o deputado da Duma, o Parlamento russo, e cantor popular Iosif Kobzon, descrito pela agência governamental russa RIA Novosti como um “fervoroso adepto de Putin”.

As comparações com o Presidente norte-americano, Barack Obama, que foi galardoado com Nobel da Paz em 2009, tornam-se inevitáveis neste contexto. É referido o papel que o governante russo teve na mediação do conflito na Síria, que, segundo Kobzon, “tentou travar o derramamento de sangue e tentou utilizar o diálogo político para ajudar a situação de conflito”, cita a agência russa RT.

No anúncio da iniciativa foi ainda lembrado o papel de Putin noutros conflitos regionais. “Estamos bem cientes do papel de pacificação que o nosso Presidente teve em regiões afectadas, como Beslan e a Ossétia do Sul”, sublinhou o vice-presidente da Academia Internacional para a Unidade Espiritual e Cooperação entre Nações, Georgy Trapeznikov.

A candidatura oficial foi enviada no passado dia 16 de Setembro e recebida pelo Comité Norueguês Nobel, que atribui o prémio, a 20, confirmou Trapeznikov. De acordo com a RT, o vencedor do Nobel da Paz de 2014 será conhecido a 12 de Outubro.

Putin ainda não teve nenhuma reacção pública a esta nomeação, de acordo com o secretário do gabinete de comunicação da presidência, Dmitry Peskov. “O principal critério para o Presidente é a sua satisfação com os resultados do seu trabalho”, referiu Peskov, em declarações à RT.

Esta não foi, contudo, a primeira iniciativa do género. O Fundo de Educação russo também fez chegar à organização norueguesa uma carta a propor Vladimir Putin.

A estas acções juntam-se ainda alguns opinion-makers ligados à Fox News, críticos da gestão de Obama da crise síria, que também pedem o Nobel para Putin.

O Nobel da Paz foi entregue a cidadãos russos em duas ocasiões: em 1975 ao físico e activista Andrei Sakharov, e em 1990 a Mikhail Gorbatchov, Presidente da União Soviética que conduziu a Perestroika.