Putin deverá amnistiar activistas das Pussy Riot e da Greenpeace

Proposta entregue no parlamento prevê amnistia de pessoas acusadas de hooliganismo e de mulheres que têm filhos pequenos.

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Activistas das Pussy Riot foram condenadas no ano passado a dois anos de prisão Maxim Shemetov/Reuters

O Presidente russo, Vladimir Putin, enviou para o parlamento uma proposta de amnistia que abrange 25.000 pessoas acusadas de crimes como hooliganismo, o que deverá levar à libertação de duas activistas da banda punk Pussy Riot e dos 28 membros da Greenpeace e dois jornalistas freelance que seguiam a bordo do navio Arctic Sunrise.

A amnistia, que se destina a marcar o 20.º aniversário da Constituição da Rússia, na quinta-feira, tem a aprovação garantida, numa câmara baixa do parlamento dominada por apoiantes de Vladimir Putin.

O vice-presidente da Duma, Vladimir Vasiliev, anunciou aos media russos que a amnistia abrange 25.000 pessoas acusadas ou detidas por crimes como hooliganismo, precisamente o crime de que foram acusadas Nadezhda Tolokonnikova e Maria Aliokhina, das Pussy Riot.

As 30 pessoas que seguiam a bordo do navio da Greenpeace Arctic Sunrise, detidas em Setembro durante um protesto numa plataforma de petróleo russa no Árctico, foram inicialmente acusadas de pirataria, mas a acusação foi mais tarde alterada para hooliganismo. Todos os detidos foram já libertados sob fiança, mas agora deverão ser amnistiados.

O comunicado publicado no site do Kremlin não refere nomes, mas os media russos não têm dúvidas de que as Pussy Riot e os activistas da Greenpeace fazem parte do grupo, onde também estarão incluídos alguns opositores de Putin que participaram nos protestos de Maio de 2012.

De fora da amnistia fica um dos rostos da oposição, Alexei Navalni, e o antigo empresário russo Mikhail Khodorkovski.

Para além da amnistia a pessoas acusadas de hooliganismo, a proposta de Putin prevê também a libertação de mulheres que têm filhos pequenos – Nadezhda Tolokonnikova tem uma filha de cinco anos e Maria Aliokhina tem um filho com a mesma idade.

As duas activistas das Pussy Riot foram condenadas a dois anos de cadeia em Agosto de 2012, seis meses depois de terem cantado uma "oração punk" na Catedral do Cristo Salvador, em Moscovo, pedindo à Virgem Maria para "correr com Putin" do poder. Uma outra integrante da banda, Ekaterina Samoutsevitch, foi libertada após recurso.

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