Cardeal francês que anunciou Papa Francisco ao mundo é o novo camerlengo

Segunda figura da hierarquia do Vaticano será desempenhada por Jean Louis Tauran.

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O cardeal Tauran no momento em que anunciava o nome do novo Papa Dylan Martinez / Reuters

O Papa Francisco nomeou este sábado o cardeal francês Jean Louis Tauran, como novo “camerlengo”, a segunda figura da hierarquia do Vaticano. Tauran, de 71 anos, era responsável pelo diálogo Inter-religioso e substitui o italiano Tarcisio Bertone.

Foi a Tauran que coube a tarefa de pronunciar, a 13 de Março de 2013, na varanda da basílica de São Pedro, as célebres palavras “Habemus Papam” – o anúncio de que o Concílio tinha escolhido um novo Papa, depois da renúncia de Bento XVI. Por ser o mais antigo do Colégio dos Cardeais, Tauran era o chamado “proto-diácono” e, portanto, responsável pelo anúncio da decisão. Agora, Tauran vai desempenhar o simbólico posto de “camerlengo”, o cardeal que substitui o Papa em caso de morte ou demissão.

Desde 2007 que o cargo era exercido por Tarcisio Bertone, sobre o qual recaíam suspeitas de envolvimento em casos de corrupção, revelados pelos chamados Vatican Leaks. Bertone era também criticado pelo estilo de vida luxuoso que levava e foi afastado por Francisco logo em 2013 do posto de Secretário de Estado da Santa Sé – um cargo chave na hierarquia da Igreja.

A saída de Bertone do posto de “camerlengo” era esperada, uma vez que no início de Dezembro celebrou 80 anos, a idade comum para os cardeais se retirarem e a partir da qual deixam de poder participar no conclave que elege o Sumo Pontífice.

O cardeal Tauran, um poliglota apaixonado por Bach, como descreve a AFP, desenvolveu uma carreira de 13 anos à frente da diplomacia do Vaticano. A sua nomeação, em 1990, aos 47 anos, fez dele o mais jovem cardeal a chefiar a Secção de Relações Externas da Santa Sé, nos anos mais recentes.

Em 2007, o Papa Bento XVI nomeou-o para presidir ao Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso – uma espécie de “ministério” do Vaticano responsável pela cooperação entre a Igreja Católica e as outras religiões. Tauran tornou-se numa voz crítica do terrorismo islmista mas também da “ignorância” que dizia estar por trás dos receios das sociedades ocidentais face ao Islão.

Tauran sofre da doença de Parkinson e nos últimos anos a sua condição física tem piorado. Foi em Abril de 2012 que foram notados os primeiros sintomas, quando durante a celebração da missa do domingo de Páscoa se sentiu mal e teve de abandonar o altar. 

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