Papa pede o fim da violência na Ucrânia, na Síria e na Venezuela no dia de Páscoa

No dia em que os cristãos celebram a ressurreição de Jesus Cristo, o Papa apelou ao fim dos conflitos, do desperdício e do consumismo.

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Papa Francisco durante a bênção “urbi et orbi” na Basílica de São Pedro, após a celebração da misse de domingo de Páscoa REUTERS/Osservatore Romano
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AFP PHOTO / FILIPPO MONTEFORTE

O Papa Francisco pediu à comunidade internacional que impeça a violência na Ucrânia. Mas não esqueceu outros conflitos que estão neste momento a destruir países, como a guerra na Síria, no Sudão do Sul e na República Centro Africana, ou a violência que divide nações como o Iraque e a venezuela.

"Pedimos-Te que ilumines e inspires iniciativas de paz pelos esforços na Ucrânia, para que todas as partes envolvidas, apoiadas pela comunidade internacional, realizem todos os esforços para impedir a violência e construir, com espírito de unidade e diálogo, o futuro do país", disse o pontífice na basílica de São Pedro.

Naquela que é a segunda Páscoa que celebra enquanto Papa, Francisco pediu ainda o fim do conflito na Síria, onde diz que é necessário existir uma "negociação para a paz corajosa e há muito esperada". Pediu às partes envolvidas que tenham "a audácia de negociar a paz. 

Na Venezuela, o Vaticano está a participar como mediador no diálogo entre a oposição e o regime liderado por Nicolás Maduro. O Papa latino-americano pediu que "os espíritos se voltem para a reconciliação e a concórdia fraternal."

 Apelou também à ajuda médica internacional às vítimas do ébola na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, aproveitando para denunciar "a incúria" e a "pobreza extrema" que contribui para a propagação de doenças infecciosas como esta.


Na sua bênção urbi et orbi ("para a cidade e para o mundo"), condenou ainda o desperdício humano que contrasta com aqueles que passam fome, criticando – como tem feito com repetidas vezes ao longo do pontificado – o consumo desenfreado da sociedade. Perante mais de 150 mil pessoas reunidas na Praça São Pedro, o Papa rezou pela protecção daqueles que são mais vulneráveis à exploração, ao abuso e ao abandono: mulheres, crianças e imigrantes. 

O pontífice, de 77 anos, celebrou este domingo a missa solene em latim e grego, pela coincidência do dia da Páscoa para os dois ritos, do Oriente e Ocidente, católico e ortodoxo. Francisco saudou ainda os cardeais que assistiram à missa da Ressurreição e percorreu a praça, decorada com 35.000 flores doadas pela Holanda.

Após a Semana Santa, o pontífice prepara-se para presidir, a 27 de Abril, à cerimónia de canonização dos papas que marcaram o século XX: João Paulo II e João XXIII. 

Um evento que muitos acreditam possa histórico  e ficar conhecido como o "dia dos quatro Papas", já que a canonização simultânea dos dois pontífices pode contar com a presença do papa emérito Bento XVI, que renunciou ao trono de Pedro ano passado. Francisco convidou Bento XVI para a cerimónia e, caso o alemão, a Igreja viverá um momento único na sua história.

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