Oposição síria rejeita trégua em Alepo

Na sua diplomacia dos pequenos passos, mediador da ONU tentava um acordo para deixar entrar ajuda humanitária na cidade.

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Os rebeldes síros controlam metade da cidade de Alepo ZEIN AL-RIFAI/AMC/AFP

O mediador das Nações Unidas para a Síria sofreu neste domingo um severo revés com a rejeição por parte da oposição síria da sua proposta de uma trégua provisória nos combates em Alepo.

As suas esperanças foram desfeitas pela oposição, no momento em que Staffan de Mistura deixava Damasco, levando consigo o acordo de Damasco para o envio de uma delegação a Alepo (Noroeste). Segundo a ONU, isso serviria para “avaliar a situação, garantir o aumento substancial da ajuda humanitária assim que fosse anunciada uma trégua, e vigiar eventuais violações de cessar-fogo”.

Num comunicado particularmente severo, a Comissão das forças da revolução em Alepo anunciou “a sua recusa de se encontrar com o Sr. Mistura se esse encontro não tiver como base uma solução global do drama sírio, que passa pela saída do poder de Bashar al-Assad e do seu estado-maior e pelo julgamento dos criminosos de guerra”.

Esta comissão foi constituída no sábado em Kilis, localidade turca junto à fronteira com a Síria, durante um reunião de opositores políticos e militares e membros da sociedade civil de Alepo, que contou com a presença do líder da oposição no exílio, Khaled Hoja.

A oposição síria considera que as ideias de Mistura “não estão à altura de uma solução para crise humanitária" do povo, "que sofre com a utilização pelo regime de armas químicas e barris de explosivos proibidos pela comunidade internacional”.

Nomeado em Julho como o terceiro emissário da ONU para a Síria desde que a guerra civil começou em 2011, Staffan de Mistura escolheu, ao contrário dos seus antecessores, a diplomacia dos pequenos passos.

Um desses passos foi a proposta de um acordo para conseguir uma trégua provisória que permitisse a entrada de ajuda humanitária em Alepo, antiga capital económica da Síria, que está partida em dois desde Julho de 2012, entre bairros controlados pelo regime no Leste e sectores dominados pelos rebeldes na zona ocidental da cidade. Do Presidente Assad conseguiu uma predisposição para parar os combates por seis semanas. Da oposição, ficou agora a saber, não conseguiu nada.

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