Minarete de mesquita histórica de Alepo destruído nos combates

Exército e rebeldes sírios trocam acusações sobre quem provocou o desabamento da torre. Mesquita é descrita pela UNESCO como "uma das mais bonitas do mundo muçulmano".

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A mesquita e o minarete numa fotografia tirada na semana passada Dimitar Dilkoff/AFP

O minarete da mesquita Omíada em Alepo, uma das jóias da histórica cidade no Norte da Síria, desmoronou-se nesta quarta-feira, desencadenado uma troca de acusações entre os rebeldes e o Governo sírios sobre quem provocou o desabamento.

A notícia de mais um atentado contra o património histórico do país foi avançada pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos e, pouco depois, fotografias começaram a circular na Internet mostrando a torre usada pelo muezzin para chamar os fiéis à oração reduzida a um monte de escombros, relata a BBC. O Observatório não atribuiu a acção a qualquer das partes e admite mesmo que o minarete possa ter “simplesmente desabado devido aos danos sofridos nos últimos meses de combate”.

Num vídeo divulgado na Internet, um activista da oposição mostra a destruição e diz que “os tanques do Exército dispararam contra o minarete até ele se desmoronar". Diz ainda que os rebeldes, que controlavam o local desde o final de Fevereiro, nunca colocaram atiradores na torre, temendo precisamente que ela fosse atingida pela artilharia.

Por seu lado, a televisão síria noticiou que combatentes da Frente al-Nusra, grupo jihadista que é um dos mais bem armados e organizados da oposição armada, fizeram explodir o minarete da mesquita e depois filmaram-no para atribuir as culpas ao Exército.

Erguida no século VIII e reconstruída 500 anos depois, a mesquita Omíada guarda relíquias que se dizem ter pertencido ao profeta Maomé e é uma das jóias da cidade antiga de Alepo, classificada pela Unesco como património da humanidade. Apesar da classificação, a zona não tem sido poupada aos violentos combates que desde o último Verão destruíram parte de Alepo, a maior cidade da Síria, e ainda em Outubro a UNESCO lançou um apelo aos beligerantes para que protegessem a mesquita, que descreve como “uma das mais bonitas do mundo muçulmano”.
 
 

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