Maquinista recusa-se a prestar declarações à polícia

Condutor do comboio que descarrilou na Galiza só fala na presença de um advogado. Príncipes das Astúrias visitaram os feridos esta tarde.

O acidente fez 78 mortos
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O acidente fez 78 mortos Eloy Alonso/Reuters
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As autoridades ainda não conseguiram identificar três corpos Eloy Alonso/Reuters
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Os príncipes das Astúrias visitaram os feridos nesta sexta-feira Eloy Alonso/Reuters
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O maquinista está sob custódia da polícia Oscar Corral/Reuters
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O presidente do Governo, Mariano Rajoy, também visitou o local do acidente AFP

O maquinista do comboio que descarrilou na quarta-feira nas proximidades de Santiago de Compostela recusou-se a prestar declarações à polícia, alegando o seu direito a falar na presença de um advogado.

Francisco José Garzón, de 52 anos, está sob custódia num hospital da capital da Galiza, sendo acusado pela polícia de "imprudência", um "delito relacionado com a responsabilidade no acidente", segundo o chefe da polícia local, Jaime Iglesias.

O presidente da Administração de Infraestruturas Ferroviárias (Adif) de Espanha, Gonzalo Ferre, disse nesta sexta-feira que o maquinista deveria ter começado a travar a composição quatro quilómetros antes da zona onde ocorreu o acidente.

Em entrevista à agência Efe, o responsável afirmou que "à saída do túnel, [o comboio] tem de ir a 80 km/h", pelo que a indicação de travagem terá chegado ao maquinista quatro quilómetros antes da curva de A Grandeira.

Ferre garante que todos os sistemas de segurança funcionaram sem falhas: "O lógico e o normal é que o condutor nunca vá a uma velocidade acima da permitida". O mesmo responsável garante que nunca foi detectado nenhum problema, porque "há controlos apertados de velocidade e, se acontece alguma coisa, a licença é retirada".

Como responsável pelo traçado da linha, o presidente da Adif disse que a curva onde ocorreu o acidente "não é perigosa". "Se se respeitar o limite de velocidade, não existe nenhum traçado perigoso", disse.

Por seu lado, o presidente da empresa Renfe, Julio González Pomar, salientou que o descarrilamento "não é um acidente da alta velocidade espanhola", já que "não aconteceu numa via de alta velocidade e não aconteceu num comboio de alta velocidade [o Alvia é um comboio híbrido]", pelo que não se aplica o termo "acidente com um comboio de alta velocidade".

Os príncipes das Astúrias, Felipe e Letízia, iniciaram esta sexta-feira à tarde uma visita aos feridos do acidente, no Complexo Hospitalar Universitário de Santiago, um dia depois da visita dos reis de Espanha.
 
 
 

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