Israel diz que acordo é "errado" e "perigoso"

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Benjamin Netanyahu REUTERS/Dan Balilty

Israel lançou-se rapidamente numa campanha contra o acordo sobre o nuclear iraniano, com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a lamentar o “erro histórico”.

Os EUA tentaram aplacar a ira do seu aliado, provavelmente aumentada pelas revelações de que representantes americanos tinham reunido nos últimos meses com representantes iranianos preparando o terreno para um entendimento. O secretário de Estado John Keryy disse "compreender" as preocupações do aliado, mas continuou a defender que a partir da assinatura deste acordo "Israel está mais seguro".

Netanyahu, que, numa assembleia das Nações Unidas, em 2012, tinha mostrado um desenho de uma bomba com os estágios de desenvolvimento do programa nuclear iraniano e a "linha vermelha" que determinaria uma acção de Israel, repetiu este domingo que o seu país “não permitirá” que o Irão adquira capacidade nuclear militar. “Hoje, o mundo tornou-se um lugar muito mais perigoso, porque o regime mais perigoso do mundo deu um passo significativo para obter a arma mais perigosa do mundo”, afirmou.


Em Israel, um dos países que mais se sentem ameaçados pelo Irão (o antigo Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, falou uma vez em “varrer do mapa” o Estado judaico, e Teerão apoia grupos como o palestiniano Hamas e o libanês Hezbollah), a maioria das vozes criticava o acordo, defendendo a manutenção ou o fortalecimento de sanções ou uma suspensão de mais actividades nucleares.

“Se daqui a cinco anos uma mala nuclear explodir em Nova Iorque ou em Madrid, isso será por causa do acordo hoje assinado”, disse Naftali Bennet, ministro da Economia, do partido Casa Judaica.

Mas registavam-se também opiniões diferentes, como a do antigo embaixador Uri Savir, dizendo que os limites conseguidos para os próximos seis meses impedem um avanço, de facto, nas capacidades nucleares do Irão. Uma dinâmica positiva poderia ainda, defendeu, ajudar a progresso noutros conflitos nos quais o Irão tem influência, como a Síria, ou até mesmo o conflito israelo-palestiniano.
 
 
 

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