Inquérito mostra que europeus e americanos são contra intervenção militar na Síria

Em Portugal, 80% dos inquiridos defende que o país não se deve envolver na guerra. Estudo foi realizado antes do ataque com armas químicas.

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A oposição a uma intervenção aumentou nos dois lados do Atlântico Bazuki Muhammad/Reuters

Europeus e norte-americanos são maioritariamente contra uma intervenção militar na Síria, revelam os primeiros dados conhecidos do inquérito internacional Transatlantic Trends 2013. No caso de Portugal, oito em cada dez inquiridos responderam que o país deve ficar fora do conflito.

O inquérito –  conduzido pelo German Marshall Fund dos EUA e Compagnia di San Paolo em Itália, com o apoio, entre outras instituições, da Fundação Luso-Americana –  foi realizado entre os dias 3 e 27 de Junho, ou seja, quase dois meses antes dos ataques químicos nos subúrbios de Damasco, que levaram o Presidente norte-americano, Barack Obama, a anunciar a intenção de atacar o regime sírio.

Ainda sem esse dado em cima da mesa, dois terços dos inquiridos norte-americanos (62%) e mais de três quartos dos europeus (72%) afirmou que os respectivos países não deveriam envolver-se no conflito – dados que, quando comparados com o inquérito do ano anterior, revelam que a oposição a uma intervenção está a crescer dos dois lados do Atlântico (sete pontos percentuais no caso de americanos, 13 nos europeus).

Portugal está entre os países que mais se opõem ao envolvimento no conflito – apenas ultrapassado pela Eslováquia e Roménia – e os 80% de respostas negativas representam um aumento de 12 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

Questionados sobre a hipótese de esse envolvimento passar por uma intervenção militar dos respectivos países, apenas 30% dos norte-americanos e 22% dos europeus admite esse cenário, o que representa igualmente um aumento em relação ao ano anterior.

O estudo, cujos resultados serão divulgados integralmente no próximo dia 18, quis saber também qual a opinião dos dois lados do Atlântico sobre a evolução da Primavera Árabe, iniciadas com a revolta que em 2011 derrubou o Presidente da Tunísia, alastrando depois ao Médio Oriente e à Líbia.

Os inquiridos tiveram de escolher uma de duas afirmações: "A estabilidade é mais importante, mesmo que isso signifique aceitar um Governo não democrático" ou "A democracia é mais importante, mesmo que conduza a um período de instabilidade”. A maioria dos europeus (58%) e um grande parte dos norte-americanos (47%) escolheu a democracia sobre a estabilidade, mas no caso de Portugal as opiniões dividiram-se, com cada uma das afirmações a ser preferida por 47% dos inquiridos.

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