Identificado segundo homem que atacou igreja em França

Malik Petitjean, de 19 anos, tinha ficha por radicalização e seria o jihadista que a polícia francesa procurava há dias por suspeita de estar a preparar ataque.

Foto
O padre Jacques Hamel foi morto quando celebrava missa Charly Triballeau/AFP

As autoridades francesas identificaram o segundo envolvido no homicídio do padre Jacques Hamel durante um ataque à igreja de Saint-Etienne-du Rouvray, na Normândia (Norte). Trata-se de um jovem de 19 anos que se suspeita agora ser o jihadista que a polícia procurava há dias, depois de uma agência de informação estrangeira ter enviado a fotografia de um suspeito que estaria prestes a cometer um atentado no país.

Abdel Malik Petitjean, natural da Saboia, no Sudeste de França, só foi formalmente identificado depois de a polícia ter comparado amostras de ADN recolhidas no cadáver – que foi desfigurado por uma bala da polícia que matou os dois atacantes no momento em que saiam da igreja – e de familiares, revelou uma fonte da procuradoria francesa, citada pela AFP. Segundo o mesmo responsável, três pessoas da sua família estão sob custódia policial, não por suspeita de envolvimento no ataque, mas para “permitir a recolha de elementos sobre o perfil do atacante”.

As autoridades suspeitavam já que Petitjean fosse o segundo atacante, depois de o jovem ter aparecido ao lado de Adel Kermiche, o primeiro dos dois a ser identificado, num vídeo em que se reivindicavam como membros do dito Estado Islâmico. O jornal Le Monde adianta também que um documento de identificação de Petitjean foi encontrado na casa da família de Kermiche e através dos registos do telemóvel a polícia apurou também que os dois estiveram em contacto nos últimos dias.

Ao contrário deste – que foi preso depois de, em 2015, ter tentado por duas vezes viajar para a Síria, tendo sido libertado em Março com pulseira electrónica –, Petitjean só há menos de um mês entrou no radar dos serviços de segurança franceses, igualmente ao ser interceptado quando tentava juntar-se às fileiras dos radicais islâmicos.

Ainda assim, o seu nome não foi equacionado quando no final da semana passada, os serviços secretos franceses receberam a fotografia de um homem, segundo a AFP “fortemente parecido” com Petitjean, que “estaria prestes a participar num atentado” no país. A identidade do suspeita era, então, desconhecida.

O jornal Le Monde adianta que, a 22 de Julho, a Unidade de Coordenação da Luta Antiterrorista distribuiu a fotografia a todas as forças policiais, numa nota em que avisava que o suspeito “estava já em França e poderia agir sozinho ou com outros indivíduos”, acrescentando que “a data, o alvo e o modus operandi das acções são ainda desconhecidos”.

O diário francês adianta que já no domingo, durante a busca à residência de um outro suspeito de terrorismo, a polícia encontrou num telemóvel um vídeo, partilhado através da aplicação Telegram, em que um jovem com um rosto idêntico ao que constava do alerta policial prestava fidelidade ao líder do Estado Islâmico. Segundo o Le Monde, há poucas dúvidas que o autor da gravação fosse Petitjean.

Sugerir correcção
Comentar