Frente Nacional vence eleições em Brignoles

Candidato da extrema-direita obteve uma maioria clara.

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Laurent Lopez, da Frente Nacional, venceu a eleição AFP/ Franck Pennant

O candidato da Frente Nacional, Laurent Lopez, venceu com 53,9% dos votos as eleições do cantão de Brignoles, uma vila de 17 mil habitantes no sudeste da França.

O homem da extrema-direita bateu a candidata da UMP (centro-direita), Catherine Delzers, que tinha o apoio da esquerda, que foi eliminada na primeira volta da semana passada. 

 “O resultado é muito claro, não há nenhuma ambiguidade”, reagiu Lopez.

A votação na vila do departamento de Var foi seguida com atenção em toda a França, com muitos comentadores políticos a considerarem o resultado como uma confirmação da tendência de ascensão da Frente Nacional a nível nacional, e um prelúdio da boa prestação do partido de extrema-direita nas eleições municipais e europeias que se avizinham.

O resultado de Lopez foi anunciado pela presidente do partido, Marine Le Pen, que não hesitou em interpretar o desfecho eleitoral em Brignoles como a confirmação da “morte da frente republicana” – uma coligação de partidos em apoio da candidata da UMP para impedir a vitória da extrema-direita.

"É uma bela vitória, uma vitória dupla. Agora a prioridade é preparar a nossa chegada ao poder”, declarou Le Pen. O seu candidato revelou-se menos ambicioso: a sua próxima meta, anunciou, é conquistar a câmara local.

A eleição em Brignoles obriga a esquerda francesa a repensar a sua estratégia a cerca de cinco meses das eleições municipais. No último ano, os partidos desse espectro perderam oito eleições legislativas parciais e três eleições cantonais – no sistema administrativo francês, os cantões (agrupamentos de comunas) elegem os conselheiros regionais, que têm assento nos 100 departamentos do país e são chamados a escolher os membros do Senado.

O Partido Socialista não escondeu a sua apreensão com o que classificou como “um aviso severo” dos eleitores, e apelou à união antes da nova jornada autárquica. A porta-voz do Governo, Najat Vallaud-Belkacem, disse que os socialistas ainda vão a tempo de “inverter a situação”.
 
 

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