O Papa Francisco chegou a Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, para se encontrar com o seu predecessor, Joseph Ratzinger, no que será o seu primeiro encontro desde a sucessão no trono de São Pedro - e um encontro inédito em 2000 anos de cristianismo.

Os dois homens de branco, o Papa reinante e o Papa emérito, vão almoçar juntos – é um encontro inédito na história da Igreja Católica. O que dirão permanecerá secreto. Mas tema de conversa não deverá faltar: reforma da cúria e o dossier Vatileaks, a desejada nova evangelização, os escândalos de abusos sexuais de menores por padres.

Desde a sua eleição, Franscisco falou pelo telefone duas vezes com Ratzinger. Mas esta será a primeira vez que se vão encontrar os dois homens, que tinham sido os dois principais nomes em liça no conclave de 2005 para a eleição do sucessor de João Paulo II. Mas o cardeal de Buenos Aires preferiu retirar-se da corrida.

A imprensa italiana diz que este sábado haverá uma espécie de “transmissão de poderes”, de Joseph Ratzinger para Jorge Bergoglio, que “nunca aconteceu em dois milénios de história do cristinianismo”, escreveu o Vatican Insider.

“Conhecendo a delicadeza do homem Ratzinger, podemos crer que se absterá de dar conselhos, limitando-se a chamar a atenção para problemas que não foram resolvidas”, alvitra Vittorio Messori, especialista em história da Igreja Católica, no jornal Corriere della Sera.

Não há um protocolo específico para esta ocasião, porque o encontro é inédito. Por isso, nele terá um papel fundamental Geörg Gaenswein, secretário do Papa Bento XVI e agora também do Papa Francisco, sublinha o Vatican Insider.