EUA executam condenado à morte com nova injecção letal

Farmacêuticas não querem o seu nome associado à pena de morte e os estados estão à procura de outro cocktail letal.

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A UE impos restrições à importação de anestésicos para as prisões dos EUA Reuters

Um homem que foi condenado à morte no Ohio, Estados Unidos, vai ser executado esta quarta-feira com uma nova fórmula para a injecção letal.

O homem, que foi condenado à morte por ter violado e assassinado uma mulher, está já na ala da pena de morte da prisão de Preble County, no Ohio, onde lhe será injectada uma combinação de sedativos e analgésicos, anunciou o Departamento de Reabilitação e Prisões.

As drogas têm o efeito da combinação anterior e o Ohio anunciou que ira passar a usá-las porque os fornecedores (ou fornecedor) do coktail que era usado até aqui deixou de as vender para uso em execuções. Os estados estão, assim, a encontrar outras soluções e outros fornecedores.

A falta de medicamentos usados na combinação letal usada nas execuções foi um dos motivos para a diminuição das execuções nos EUA. Em 2013 foram executadas neste país 39 pessoas, quando nos dois anos anteriores tinham sido 43.  As condenações de 2013 ocorreram em nove estados. Dois deles foram responsáveis por 59% das mortes: o Texas, com 16, e a Flórida, com sete.

O director executivo do Centro de Informação da Pena de Morte disse que as farmacêuticas têm cada vez maior relutância em ver o nome das empresas associadas à pena de morte. O diário britânico The Guardian escreveu que a Califórnia, o Arkansas e a Carolina do Norte têm tido, na prática, nos últimos sete anos, uma moratória da pena de morte devido à dificuldade de obtenção das substâncias usadas no cocktail de injecção letal. Vários estados passaram a recorrer a medicamentos letais improvisados.

A Comissão Europeia impôs em 2011 restrições à exportação de anestésicos para as prisões norte-americanas, o que levou estados como a Flórida e agora o Ohio a recorrerem a drogas nunca antes usadas em execuções o que provocou críticas pelo sofrimento que poderão infligir aos condenados.

Os Estados Unidos são uma das últimas grandes democracias que ainda aplicam a pena de morte. A medida é apoiada pela maioria da população – 60%, segundo uma sondagem Gallup de Outubro.  O pico de apoio à pena capital ocorreu em 1994, com 80% de opiniões favoráveis.

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