Coreia do Norte admite reabrir complexo industrial de Kaesong

Pyongyang convidou empresários sul-coreanos a visitarem a região para discutirem o possível regresso ao trabalho. Complexo está encerrado desde Abril.

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O complexo foi encerrado pela Coreia do Norte em Abril Lee Jae-Won/Reuters

A Coreia do Norte deu esta terça-feira o primeiro passo com vista à reabertura do complexo industrial de Kaesong, que encerrou em Abril, no auge do clima de tensão com os vizinhos do Sul e os Estados Unidos.

A proposta da Comissão para a Reunificação Pacífica da Coreia tem como objectivo dar início a negociações com empresários sul-coreanos. "Demos autorização para a visita [de empresários da Coreia do Sul] e admitimos mesmo discutir o fornecimento de produtos no complexo industrial", lê-se no comunicado, citado pela agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Apesar de não ser uma organização governamental, a Comissão para a Reunificação Pacífica da Coreia representa os interesses de Pyongyang em Kaesong, um complexo criado e gerido pelos dois países desde Dezembro de 2004. O seu presidente, Hong Yang-ho, foi vice-ministro da Unificação da Coreia do Norte.

O complexo industrial foi encerrado em Abril, depois de Pyongyang ter ordenado a retirada dos seus 53.000 trabalhadores e de ter proibido a entrada dos funcionários do Sul, numa resposta ao que consideraram ser as ameaças de Seul e Washington à sua segurança nacional.

O Governo sul-coreano já tinha feito propostas no sentido de as duas partes se sentarem à mesa de negociações, que foram sempre rejeitadas pelo Norte.

O anúncio surge uma semana depois de o enviado especial norte-coreano à China, Choe Ryong-hae, ter prometido a Pequim um regresso ao diálogo com o Sul e às negociações no âmbito do "grupo dos seis" (Coreia do Norte, Coreia do Sul, Estados Unidos, China, Japão e Rússia).

O objectivo será retomar o diálogo ao mais alto nível num futuro próximo. "Parece que Pyongyang quer primeiro reunir-se com empresários, para depois iniciar conversações a nível governamental, que podem preparar o caminho para outras mudanças", considera Yang Moo-jin, professor de Ciência Política na Universidade de Estudos Norte-coreanos, citado pela Yonhap.
 
 
 
 

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