Seul propõe diálogo oficial com Pyongyang para desbloquear complexo de Kaesong

Coreia do Seul tenta acabar com bloqueio do complexo fabril na zona na zona desmilitarizada entre as duas Coreias, encerrado desde o início de Abril

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Lee Jae-Won/REUTERS Produtos fabricados no complexo de Kaesong

A Coreia do Sul propôs à Coreia do Norte a abertura de conversações formais sobre o complexo industrial conjunto de Kaesong, interdito aos sul-coreanos por Pyongyang desde 3 de abril, e prometeu tomar “medidas sérias” em caso de recusa.

 “Propomos oficialmente negociações entre os nossos dois governos”, disse a porta-voz do Ministério da Unificação, Kim Hyung-Seok, ao indicar que o Norte deveria responder à proposta até sexta-feira. “Se a Coreia do Norte recusar estas negociações, teremos de decidir medidas sérias” dentro de 24 horas, acrescentou.

A Coreia do Norte proibiu o acesso dos trabalhadores sul-coreanos ao complexo situado no seu território e a uma dezena de quilómetros da fronteira. Posteriormente retirou os seus 53.000 trabalhadores, num contexto de elevadas tensões na península coreana, com ameaças pouco veladas de uso de armas nucleares.

Havia cerca de 850 sul coreanos a trabalhar em Kaesong, incluindo uma grande proporção de quadros que administram as 123 empresas sul-coreanas existentes naquele complexo. Apenas 176 trabalhadores continuam actualmente no local.

A proposta de diálogo com a Coreia do Norte também incluiria “o fornecimento de ajuda humanitária” aos quase 200 funcionários sul-coreanos que permanecem em Kaesong desde que a Coreia do Norte interrompeu no passado dia 5 as actividades do complexo, ao retirar os seus trabalhadores, em plena tensão regional.

O complexo de Kaesong é o único esforço remanescente do processo de reconciliação entre as duas Coreias, depois do congelamento das relações bilaterais em 2010.

Este projecto de cooperação económica, aberto em 2004, constitui uma importante fonte de divisas para a Coreia do Norte e é um negócio favorável para as empresas da Coreia do Sul, devido à mão-de-obra barata norte-coreana. Em 2012, Kaesong gerou um volume de negócios de 469,5 milhões de dólares (366 milhões de euros).

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convidou na quarta-feira a Coreia do Norte a “levar a sério” a oferta de diálogo do Sul, já formulada nos últimos dias, a propósito do futuro do complexo.

 

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