Silvio Berlusconi considera a sua condenação por fraude fiscal, confirmada na quinta-feira pelo Supremo Tribunal italiano, é “destituída de qualquer fundamento” e anunciou a intenção de continuar a fazer política.

“Esta condenação é destituída de qualquer fundamento e vai privar-me da minha liberdade e dos meus direitos políticos”, disse o antigo primeiro-ministro de Itália, numa declaração em vídeo, na qual denuncia uma “verdadeira perseguição judicial sem precedentes”.

“Devemos continuar a combater, a fazer política, para realizar todas as reformas necessárias, em primeiro lugar a da Justiça”, disse, com as bandeiras italiana e europeia em fundo.

“Relançaremos a Forza Italia”, disse, referindo-se ao partido político que fundou quando entrou na política, em 1994.

Na quinta-feira, o Cavaliere, três vezes chefe do Governo, viu o Supremo confirmar uma condenção por fraude fiscal - a primeira definitiva de um dos muitos processos em que está envolvido - por ter artificialmente inflacionado o preço de direitos televisivos do seu grupo de media, Mediaset, prejudicando os accionistas e o fisco.

“Nunca criei um sistema de fraude fiscal”, disse. “Tenho orgulho de ter contribuído para a riqueza do país pagando milhares de milhões de impostos ao Estado italiano.”

O Supremo condenou Berlusconi a quatro anos de prisão – reduzidos a um devido a indulto. Mas anulou a interdição de exercer cargos públicos durante cinco anos e decidiu reenviar esta decisão para reanálise do tribunal da relação de Milão.

Os advogados de Berlusconi admitiram que poderão recorrer "para instâncias europeias".

O caso Mediaset é apenas um dos 18 processos que Berlusconi já enfrentou.