Ataque da Al-Shabab mata quatro funcionários da UNICEF na Somália

Morreram sete pessoas e quatro ficaram gravemente feridas numa explosão à bomba contra uma carrinha das Nações Unidas. A região de Puntland, no nordeste do país está assolada com fugitivos da Al-Shabab.

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Destroços da carrinha em que viajavam os funcionários da UNICEF e os seguranças somalis atingido nesta segunda-feira AFP

Quatro funcionários da UNICEF morreram e outros quatro ficaram gravemente feridos numa explosão que atingiu o autocarro em que viajavam, na região de Puntland, no nordeste da Somália. O ataque matou sete pessoas e foi reivindicado pela Al-Shabab, o grupo islamista somali com ligações à Al-Qaeda e que no mês passado matou 148 pessoas numa universidade no Quénia.

De acordo com informações governamentais à Al-Jazira, o ataque matou também dois seguranças somalis e uma sétima vítima que ainda não foi identificada. Todos seguiam a bordo de uma carrinha das Nações Unidas que fazia a viagem entre a residência dos funcionários e a sede da agência.

Não existe ainda nenhum relato oficial sobre a maneira de como foi conduzido o ataque. A Al-Jazira afirma que a Al-Shabab detonou uma bomba no interior da carrinha por controlo remoto. Já o diário norte-americano New York Times diz que a bomba estaria na margem da estrada.

Em comunicado, a UNICEF condenou o ataque e diz que este foi dirigido, como se lê, contra funcionários “dedicados a melhorar a vida de outros”. A Al-Shabab já conduziu vários ataques contra funcionários das Nações Unidas na Somália. Mas estes ataques acontecem sobretudo na região sul do país, onde a presença dos islamistas é mais forte, e em especial na capital da Somália, Mogadíscio.

“O ataque em Garowe foi da nossa autoria”, disse à Al-Jazira um responsável da Al-Shabab. “Tivemos como alvo o nosso inimigo, as Nações Unidas”, acrescentou.

As Nações Unidas colaboram com o Governo da Somália e com a missão da União Africana que combate a Al-Shabab. Os ataques dos islamistas na capital do país causaram um êxodo de centenas de milhares de somalis que fugiram – muitos deles para o norte do país – de maneira a evitar o bastião dos rebeldess. Só nos últimos cinco meses, afirma a Al-Jazira, terão fugido da capital da Somália cerca de 400 mil pessoas.

Um dos destinos comuns é a região semi-autónoma de Puntland, onde nesta segunda-feira se deu o ataque contra o veículo das Nações Unidas e onde ataques da Al-Shabab são raros. O Governo da região diz que é incapaz de lidar com as vagas de refugiados da zona sul do país.

“Estamos muito preocupados com o grande número de deslocados que entram nas nossas cidades”, afirmou Abdi Aware, ministro do Governo de Puntland, à Al-Jazira.

Um número que pode vir a aumentar num curto espaço de tempo. Como resposta aos ataques da Al-Shabab à Universidade de Garissa, o Governo queniano ordenou às Nações Unidos que deslocassem o campo de Dadaab para a Somália num espaço de três meses. O campo de Dadaab é o maior campo de refugiados do mundo e alberga cerca de 600 mil somalis no Quénia. 

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