Condenado a prisão perpétua, Ariel Castro diz ser doente mas não um monstro

“Agora começa o teu inferno”, disse em tribunal uma das vítimas do sequestrador de Cleveland

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Ariel Castro, em tribunal Aaron Josefczyk /Reuters

Ariel Castro ouviu o juiz afirmar que não há lugar para ele neste mundo a não ser a prisão. E ouviu Michelle Knight, uma das três mulheres que raptou, violou e manteve presas durante vários anos, dizer-lhe que o seu inferno vai começar agora. O sequestrador de Cleveland foi nesta quinta-feira condenado a prisão perpétua, sem liberdade condicional, e mais 1000 anos de prisão.

Em tribunal, Ariel Castro pediu desculpa às vítimas, mas garantiu não ser um monstro, insistindo que não é mau nem violento e que foi vítima de abusos quando era criança. “Estão a pintar-me como um monstro. Não sou um monstro. Sou doente”, disse o antigo motorista, de 53 anos, que compareceu em tribunal de uniforme laranja e barba.

A audiência foi muito emotiva e ficou marcada pelo depoimento de Michelle Knight, a única das três vítimas a comparecer em tribunal. “Durante 11 anos, estive no inferno. Agora o teu inferno está a começar. Vais viver no inferno pela eternidade”, disse Michelle Knight, de 32 anos. “A partir deste momento, não vou deixar que me afectes. Vou seguir a minha vida e tu morrerás um bocadinho todos os dias.”

A sentença surge depois de Ariel Castro ter chegado a acordo com o tribunal para evitar a pena de morte, ao dar-se como culpado de 937 crimes.

Castro raptou Michelle Knight, Amanda Berry e Georgina DeJesus entre 2002 e 2004. Berry tinha 16 anos, DeJesus 14 e Michelle Knight 21.

As mulheres (assim como uma criança de seis anos, filha de Castro e de Amanda Berry) foram libertadas em Maio, depois de uma delas, Berry, ter conseguido pedir ajuda a um vizinho que acorreu ao chamamento, apesar de ter pensado tratar-se de uma discussão doméstica.

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