Anwar al-Awlaki, líder da Al-Qaeda e recrutador de jihadistas, foi morto no Iémen

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Anwar al-Awlaki é acusado de ter estado envolvido no ataque a uma base militar do Texas Foto: Intelwire.com/Reuters

O Ministério da Defesa iemenita anunciou esta sexta-feira a morte de Anwar al-Awlaki, radical nascido nos Estados Unidos, tido como uma das mais proeminentes figuras da Al-Qaeda. A Casa Branca confirmou a notícia a vários órgãos de informação norte-americanos.

Barack Obama terá dado pessoalmente ordem para matar Anwar al-Awlaki, escreve a BBC. Responsáveis norte-americanos confirmaram entretanto que Awlaki foi morto num ataque com um drone (aparelho não pilotado).

As autoridades do Iémen tinham relevado apenas que Awlaki morreu “juntamente com alguns dos seus companheiros”, sem mais detalhes. Citando fontes locais, das tribos iemenitas, a AFP avança que al-Awlaki foi morto na província de Marib, no Leste do país, na sequência de um ataque aéreo.

Esta não seria a primeira vez que as forças militares norte-americanas tentariam atingir o esconderijo de Awlaki através de um ataque aéreo. Em Maio, apenas três dias após a investida no Paquistão que resultou na morte de Osama bin Laden, houve uma primeira tentativa. A perseguição decorria há anos.

Nascido nos Estados Unidos, Awlaki chegou a ser um orador destacado da comunidade muçulmana naquele país. Imã de uma mesquita em San Diego na década de 1990, os seus discursos eram regularmente ouvidos por dois dos terroristas que executaram o 11 de Setembro – Khalid al-Midhar e Nawaf al-Hazmi.

Mudou-se em 2002 para o Reino Unido, onde se manteve até 2004, leccionando jovens muçulmanos. Chegou ao Iémen em Dezembro de 2007 e sobreviveu, até agora, a vários ataques que o tinham como principal alvo. A morte de Awlaki já foi anunciada antes, após estes ataques, em Dezembro de 2009 e Novembro de 2010.

Este último aconteceu semanas depois de Awlaki ter apelado à morte de norte-americanos, que disse fazerem parte da “festa dos demónios”. Ele próprio tê-lo-á feito: Awlaki é acusado de ter estado envolvido no ataque à base militar de Fort Hood, no Texas, em Novembro de 2009, que provocou 13 mortos; na tentativa falhada de ataque bombista num voo para Detroit, um mês depois; e noutra tentativa de ataque bombista, também falhada, em Times Square, em Nova Iorque, em Maio de 2010.

Considerado um dos líderes das Al-Qaeda na Península Arábica, Awlaki é visto como uma figura muito influente, com grande capacidade para recrutar radicais islâmicos para a jihad. O anúncio da sua morte acontece numa altura em que o Presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, está a ser violentamente contestado.

Os Estados Unidos receavam a influência de Awlaki entre os opositores.

Notícia actualizada às 15h30
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