Alguns dos passageiros transportados pelo primeiro-ministro norueguês Jens Stoltenberg, que se fez passar por motorista de táxi para um vídeo de campanha, eram pessoas remuneradas que foram seleccionadas num casting de rua, anunciou o partido trabalhista.

Difundido a um mês das eleições que se adivinham difíceis para a coligação de centro-esquerda cessante, o vídeo mostra um primeiro-ministro “incógnito” ao volante de um táxi que vai transportando diversas pessoas pelas ruas de Oslo. As imagens correram mundo nos sites de informação e nas redes sociais.

No poder desde 2005, o líder trabalhista Stoltenberg explica, no início do vídeo, que o seu objectivo, ao disfarçar-se de taxista, era aproximar-se dos eleitores para ouvir as suas preocupações.

Na segunda-feira, o tablóide Verdens Gang (VG) revelou que cinco dos 14 passageiros que foram filmados por câmaras ocultas tinham sido escolhidos num processo de selecção feito na rua.

“São cinco pessoas normais e anónimas a quem perguntámos se queriam participar num vídeo para o partido trabalhista e que não sabiam mais nada a não ser que deviam apanhar um táxi”, confirmou à AFP Pia Gulbrandsen, uma porta-voz do partido.

“A sua espontaneidade é real quando essas pessoas se dão conta que o condutor do táxi é o primeiro-ministro”, explicou Gulbrandsen.

Cada um destes “passageiros” recebeu 500 coroas (cerca de 65 euros) “como forma de agradecimento”, segundo o partido trabalhista. E nenhum dos passageiros que entraram no táxi de Stoltenberg pagou a corrida, já que o primeiro-ministro não tem licença de taxista.

O proprietário da agência de publicidade que realizou o vídeo, Kjetil Try (um próximo do primeiro-ministro), justificou ao VG o recurso ao casting para garantir pessoas disponíveis no momento desejado e assegurar uma certa diversidade do tipo de protagonistas.

Vídeo com legendas em inglês (sem som):

Vídeo original: