Presidente do Eurogrupo admite mais apoios para Portugal regressar aos mercados

O Eurogrupo está pronto a assistir tanto a Irlanda como Portugal na saída dos respectivos programas, disse Dijsselbloem.

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O encontro onde foi tomada a decisão demorou mais de dez horas Eric Vidal/Reuters

“Como se sabe, as maturidades dos empréstimos do FEEF e do MEEF foram prolongadas por sete anos. Se outras medidas ou apoios forem necessários durante o período de saída (dos programas), poderão ser considerados”, declarou Jeroen Dijsselbloem, numa conferência de imprensa no Luxemburgo.

O ministro holandês, que falava no final da primeira reunião do Conselho de Governadores do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MME), ao qual também preside, e antes de uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro, insistiu que “o Eurogrupo está pronto a assistir tanto a Irlanda como Portugal na saída dos respectivos programas”, sem, no entanto, precisar em que termos, ao ser questionado sobre a possibilidade de programas cautelares para Dublin e Lisboa.

“Que instrumentos serão necessários ainda terá de ser decidido. (…) Não há decisões tomadas, mas o Eurogrupo está pronto a ajudar estes países na sua saída (dos programas de assistência financeira da troika), ou, se preferirem, na entrada de regresso aos mercados”, concluiu.

Na reunião de hoje do Eurogrupo, no Luxemburgo, os ministros das Finanças da zona euro deverão “fechar” formalmente a sétima revisão do programa de ajustamento português, e aprovar o desembolso da oitava tranche de ajuda, em vésperas de começar o trabalho preparatório da oitava avaliação.

No Luxemburgo, Portugal deverá ver finalmente adoptada a decisão formal – tomada ao nível político já em Abril passado – sobre a extensão das maturidades dos empréstimos europeus, com a formalização a ter lugar na sexta-feira e na próxima segunda, dado os prolongamentos dos prazos se referirem aos empréstimos concedidos tanto ao abrigo do Fundo Europeu de Estabilização Financeira como do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira.

Fundos de resgate evitaram saída de Portugal e Irlanda do euro
Por seu lado, o director executivo do MEE manifestou-se convicto de que, “muito provavelmente, países como Portugal e a Irlanda já não fariam parte da união monetária” se não fossem os fundos de resgate europeus.

Klaus Regling disse acreditar que o FEEF e o (novo) mecanismo europeu de estabilidade, permanente, “atingiram os objectivos para o qual foram criados”, e terão mesmo evitado a saída de países do espaço monetário único.

Segundo Regling, os fundos “ajudaram os Estados-membros a proceder a ajustamentos, contribuindo assim para a estabilização da zona euro como um todo”, tendo até hoje o FEEF e o ESM desembolsado “um pouco mais de 200 mil milhões de euros nos seus programas para Portugal, Irlanda, Grécia, Espanha e Chipre”.

“Acredito que, sem os fundos de resgate, a Europa provavelmente seria diferente hoje. Muito provavelmente, países como Irlanda e Portugal já não fariam parte da união monetária”, opinou.

Segundo o director do mecanismo permanente de resgate, é possível hoje constatar que “todos os países que estão a receber financiamento dos fundos estão a fazer os seus ajustamentos” com êxito, já que os seus “desequilíbrios macroeconómicos foram significativamente reduzidos”, os défices estão a baixar e as economias a reequilibrarem-se.

“Demonstram que o financiamento com condicionalidade funciona”, concluiu.