Pires de Lima: empresas não têm de esperar pelo Estado para aumentar salários

"Ao entrarmos num registo de assistência financeira, estamos impedidos de ajustar o salário mínimo nacional, mesmo que o desejássemos", disse o ministro.

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Pires de Lima admite que “excessiva burocracia” tem sido um entrave às empresas Rui Gaudêncio

O ministro da Economia, António Pires de Lima, disse nesta terça-feira que as empresas não têm que estar à espera que o Estado aumente o salário mínimo nacional para aumentarem salários que considerem justos e possíveis.

"Creio que as empresas que começam a conhecer tempos mais prósperos do ponto de vista de actividade não têm seguramente de estar à espera que o Estado sinalize o aumento do salário mínimo nacional para fazerem justiça e procederem aos aumentos salariais que acham possíveis e justos nas suas empresas, nos seus sectores, nomeadamente ao nível da iniciativa privada", disse o ministro, no seu discurso no Fórum de Administradores de Empresa (FAE), que hoje teve lugar em Lisboa.

Pires de Lima lembrou, inclusive, a sua experiência em empresas e frisou nunca ter estado "à espera que o Estado sinalizasse aumentos para fazer aumentos aos trabalhadores". "Aliás, aconteceu-me sempre ao contrário", disse.

O ministro considerou ainda "exacerbada" a discussão sobre o salário mínimo nacional e defendeu que o sector privado tem iniciativa, em cada sector e em função das suas circunstâncias e da sua rentabilidade, de fazer os ajustamentos salariais, independentemente dos sinais que o Governo está em condições de dar ou não".

"Ao entrarmos num registo de assistência financeira, estamos impedidos de ajustar o salário mínimo nacional, mesmo que o desejássemos", disse ainda Pires de Lima.

O ministro sublinhou ainda o trabalho do Governo "para convencer os credores de que seria disparatado fazer de uma política de salários baixos o foco principal da competitividade" de Portugal.

"Não é essa a política do Governo, nem é isso em que eu acredito. E muito trabalho tem feito o Governo no sentido de contrariar a vontade dos credores de se reduzir ainda mais o salário mínimo nacional, nomeadamente para jovens", afirmou.

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