Orçamento de 2013 prevê sexto ano de recessão na Grécia

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O primeiro-ministro e o ministro das Finanças vão reunir-se esta segunda-feira com representantes da troika Foto: Yorgos Karahalis/Reuters

A Grécia prepara-se para o sexto ano de recessão consecutivo em 2013, antecipando uma contracção de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo uma versão preliminar do Orçamento do Estado.

A notícia foi avançada pela agência noticiosa grega, a ANA, que cita a versão preliminar do orçamento, cuja proposta deverá ser entregue esta segunda-feira no Parlamento.

No plano de ajustamento ratificado em Fevereiro no Parlamento, a troika apontava 2013 como o ano que marcaria o fim da recessão na Grécia, com uma taxa de crescimento de 0%.

Na proposta de orçamento citada pela ANA, o Governo de coligação revê em baixa as previsões económicas para o próximo ano: em vez de estagnar, a economia deverá continuar em recessão, contraindo 4%. Para este ano, o executivo espera uma queda de 6%, quando antes projectava uma recessão de 4,6%.

A economia está em contracção desde 2008, ano em que entrou numa espiral recessiva, ao mesmo tempo em que a taxa de desemprego continua a subir (para 24,4% em Junho).

O rigor orçamental e as medidas de ajustamento draconianas impostas ao país desde 2010 no quadro da intervenção da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional é considerado por analistas como o principal motivo da recessão em que a Grécia está mergulhada.

Um relatório do centro de estudos Kepe

já alertara que os cortes na despesa para 2013 e 2014 iriam agravar a recessão.

A proposta preliminar do orçamento incluirá, segundo a Reuters, mais cortes salariais e nas pensões – medidas que se incluem no pacote de poupanças de cerca de 11.500 milhões de euros para os próximos dois anos, fortemente contestadas nas ruas de Atenas na semana passada.

A versão preliminar do Orçamento do Estado para 2013 prevê um excedente primário (saldo orçamental antes do serviço da dívida) de 1,1% do PIB, contra os 1,8% que se estimavam inicialmente.

Ainda segundo a agência ANA, o défice primário deve elevar-se a -1,5% do PIB face aos 1% que se previam antes.

O primeiro-ministro, Antonis Samaras, e o ministro das Finanças, Yannis Stournaras, vão esta tarde reunir-se com os representantes da troika, depois de o Governo ter ontem acertado detalhes das novas medidas.

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