Agência de "rating" retira classificação máxima ao Reino Unido

Imprensa fala em "duro golpe" para o ministro das Finanças George Osborne. Partido Trabalhista diz que é uma "humilhação"

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Reuters

Foi a primeira vez desde 1978 que a Grã-Bretanha sofreu uma quebra no seu "rating" de uma grande agência de notação financeira. Esta sexta-feira, perdeu a classificação máxima de triplo A, baixando de um nível para o Aa1, por serem fracas as suas perspectivas de crescimento, anunciou a agência Moody’s, juntando-se a países como os Estados Unidos ou a França que perderam o rating máximo de pelo menos uma grande agência.

A imprensa britânica considera a decisão um duro golpe para o ministro das Finanças George Osborne, que logo reagiu dizendo que a perda do triplo A vinha relembrar “os problemas da dívida a que está confrontado” o país e que a decisão da Moody’s seria utilizada como um incentivo para inverter a situação.

“É um aviso muito claro a todos aqueles que pensariam que podemos abster-nos de resolver estes problemas [da dívida]”, disse citado pela Reuters.

Em comunicado, Osborne garantiu que esta decisão “redobra a determinação” do Governo para pôr em marcha o plano de relançamento da economia. “Vamos continuar a levar a cabo esse plano que reduziu o nosso défice de um quarto e nos permitiu ter taxas de juro muito baixas e um número recorde de empregos.”

O ministro reconheceu que o país enfrentava “desafios imensos perante o aumento da dívida há vários anos”, mas lembrou que a situação era agravada pela conjuntura de crise na Europa.

A Moody’s considera que as fracas perspectivas de crescimento criam mais problemas ao programa de consolidação fiscal, que agora podem prolongar-se no tempo.

A oposição trabalhista classificou de “humilhante” para o Governo de David Cameron a decisão da agência de notação financeira (que classifica o risco de crédito) sugerindo que não era só o desempenho da economia que estava a ser avaliado mas a política do executivo. Desde 1978, a Grã-Bretanha tinha a classificação máxima de agências como a Moody's ou a Standard & Poor, e desde 1994 também da Fitch Rating.

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