Governo grego prevê recuperação da economia em Outubro

Ministro das Finanças acredita que, quando a Grécia pediu o resgate financeiro, poderia ter conseguido acordar condições mais favoráveis com a troika.

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Yannis Stournaras espera que a Grécia registe excedente comercial em 2013 John Kolesidis/Reuters

O ministro das Finanças grego, Yannis Stournaras, acredita que a economia helénica vai começar a recuperar dentro de oito meses, interrompendo o ciclo recessivo em que está mergulhada há mais de cinco anos.

Os primeiros sinais de uma trajectória positiva da economia deverão surgir em Outubro, seguindo-se um ano de 2014 já de “recuperação significativa”, prevê o responsável pela pasta das Finanças grego em declarações ao jornal Kathimerini.

Para Yannis Stournaras, o país tem um forte potencial produtivo capaz de puxar pela economia. “A diferença entre aquilo que podemos produzir e aquilo que produzimos é superior a 25%”.

A Grécia está há cinco anos consecutivos em recessão e, para este ano, o cenário deverá ser ainda de recuo da economia. A troika prevê uma contracção anual do PIB de 4,2%. O executivo espera que no final do terceiro trimestre comecem a surgir sinais recuperação, numa altura em que a economia já estará no sexto ano de recessão.

Só para 2014 é que a missão que acompanha a implementação do segundo programa de resgate grego aponta para um ano de crescimento (0,6%) – partindo do pressuposto de que os mercados financeiros ganharão confiança no plano de ajustamento e que, sublinhava a troika na revisão do programa de Dezembro.

Como para 2013 é esperado um ano de excedente comercial, o executivo de coligação pretende direccionar uma parte desse montante para apoios para quem tem rendimentos mais baixos. “Acordámos que 70% do excedente irá para prestações sociais ou redução de impostos”, afirmou ao mesmo jornal Yannis Stournaras.

O ministro das Finanças acusou ainda o antigo primeiro-ministro socialista Georgios Papandreou, chefe de Governo entre 2009 e 2011, e o antecessor Konstantinos Karamanlis (2004 a 2009 pelo partido de centro-direita Nova Democracia) de terem aumentado a despesa pública. E Papandreou em particular, disse, ignorou os avisos sobre a situação económica e não agiu em conformidade. “O período depois de 2006 só pode ser descrito como um descarrilamento”.

Se antes tivesse aplicado reformas, entende o actual governante, a Grécia poderia ter conseguido acordar condições mais favoráveis com a Comissão Europeia, o BCE e o FMI para aplicar o programa de ajustamento financeiro.

Se assim fosse, acredita, o executivo poderia ter assinado em Maio de 2010 um primeiro memorando com os termos idênticos aos concedidos a Portugal e à Irlanda, depois intervencionados pelas mesmas instituições.
 
 

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