Galp e Partex concorrem a novos blocos petrolíferos em Angola

Empresas portuguesas estão entre as pré-qualificadas para o processo de licitação que deverá ocorrer até 18 de Setembro.

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A Sonangol, accionista da Galp e do BCP, é concessionária do sector petrolífero em Angola

As portuguesas Galp e Partex estão entre as diversas empresas que se qualificaram para a licitação de dez novos blocos petrolíferos em Angola, revelou a Sonangol, a empresa estatal responsável pela concessão.

No total são 85 empresas de vários países interessadas na exploração de petróleo onshore em Angola. Em leilão estão blocos para exploração de petróleo nas bacias terrestres dos rios Kwanza (sete) e Congo (três) que, segundo a Sonangol podem representar mais de metade das reservas conhecidas de Angola, aproximando-se dos sete mil milhões de barris.

Entre as empresas pré-qualificadas no processo lançado em Abril do ano passado para a categoria de operadores (ou seja, as empresas a quem poderá caber a liderança dos projectos de exploração) estão, além da Galp e da Partex, a italiana Eni, a norte-americana Chevron, ou a colombiana Ecopetrol. Da lista fazem ainda parte a Sonangol Sinopec (a joint-venture entre as petrolíferas estatais angolana e chinesa) e a empresa angolana privada Somoil.

No concurso para não-operadores (empresas com participações minoritárias em cada bloco) estão qualificadas 48 empresas, entre elas o grupo angolano Gema e a brasileira Petrobras. Agora, as propostas formais de licitação terão de ser feitas até 18 de Setembro e os resultados deverão ser anunciados a 21 de Setembro, informou a petrolífera estatal angolana.

O lançamento destas novas concessões, que foi anunciado em 2013 e depois adiado (apesar de no início de 2014 terem sido realizados roadshows em Houston e Londres para captar novos investidores) surge agora numa altura em que Angola precisa de angariar novas receitas devido ao impacto da queda das cotações do petróleo nas contas do país.

Em Angola, a Galp tem uma posição de 9% no bloco 14 do offshore angolano, tem 5,33% do bloco 33, uma posição de 5% no bloco 32 e outra de 4,5% no bloco 14K. A empresa tem ainda uma posição de 10% num projecto de exploração de gás natural. Já a Partex tem uma participação de 2,5% no consórcio do bloco 17/06, de exploração em águas ultra profundas ao largo de Angola.

O país é o segundo maior produtor subsariano de petróleo, tendo aumentado a produção em 12% até Junho, para cerca de 1,7 milhões de barris de crude por dia.

A Galp estreou-se como operadora no ano passado, quando perfurou o poço Trident, situado em águas pouco profundas da costa marroquina. Nesta primeira experiência como operadora de um poço offshore (com 50% do projecto), a Galp não conseguiu encontrar petróleo. A sonda de perfuração utilizada no Trident foi contratada ao BG Group, empresa de quem a Galp é parceira nos projectos do pré-sal brasileiro e a quem se associou para a exploração de petróleo no México.

O resultado da primeira ronda de licitação para os blocos mexicanos (um processo que abrirá o sector petrolífero a privados pela primeira vez em cerca de 80 anos) foi conhecido na semana passada, mas a Galp e o BG Group não fizeram qualquer proposta. Aliás, dos 14 blocos em licitação para águas pouco profundas, apenas dois tiveram vencedores. As rondas seguintes, para blocos terrestres e outros em águas profundas, deverão registar mais interessados.

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