FMI defende perdão parcial da dívida de Chipre

A proposta não é consensual na zona euro, segundo a imprensa alemã. Negociações para o país receber um resgate financeiro continuam.

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Demetris Christofias, Presidente cipriota François Lenoir/Reuters

O Fundo Monetário Internacional, parceiro nas negociações entre a zona euro e o Governo de Chipre para o país receber um resgate financeiro para a banca, poderá condicionar a sua participação no programa de assistência, a um perdão parcial da dívida cipriota, avança o jornal Süddeutsche Zeitung.

De acordo com a publicação alemã, que cita uma fonte próxima das negociações do Governo de Nicósia com a troika, o FMI adverte para a dificuldade de Chipre não conseguirá resolver os problemas de dívida pública sem uma solução como esta.

A proposta, que o jornal alemão aproxima da solução para a Grécia, um perdão da dívida detida por investidores privados que não é consensual entre os países da moeda única. Um entrave referido pelo Süddeutsche Zeitung a este perdão parcial da dívida cipriota tem a ver com a exposição dos próprios bancos nacionais à dívida de Chipre.

Ao mesmo tempo, para a Alemanha e a Holanda, qualquer solução que seja negociada pela zona euro com o Governo de Nicósia deve incluir o FMI como parceiro do resgate, à semelhança das intervenções externas partilhadas entre a UE e a instituição no caso grego, irlandês e português.

O Governo cipriota assumiu que precisa de 17 mil milhões de euros até 2016, dos quais dez mil milhões são necessidades dirigidas aos bancos, que tiveram de assumir mais de quatro mil milhões de euros de perdas com a reestruturação da dívida grega.

Enquanto decorrem as negociações com as equipas do FMI e da União Europeia, o Presidente Demetris Christofias procura transmitir uma mensagem de serenidade em relação à situação financeira cipriota. Esta semana, o Governo rejeitou um cenário de incumprimento do Estado, garantindo que as necessidades de financiamento imediatas estão asseguradas.

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