Exportações caem pelo segundo mês consecutivo

Venda de bens ao estrangeiro diminuiu 2,8% em Março: caíram para países da União Europeia, mas aumentaram para fora do espaço europeu. O balanço do primeiro trimestre é positivo graças às exportações de Janeiro.

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O escoamento de stocks para a UE baixou 6,1% Daniel Rocha

A recessão na zona euro está a condicionar as exportações portuguesas e, pelo segundo mês consecutivo, a saída de bens nacionais para o estrangeiro está em queda. Em Março, e quando comparado com o mesmo mês do ano passado, as exportações nacionais caíram 2,8%, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística.

Já em Fevereiro as exportações caíram 2,6% em relação ao mesmo período de 2012 e a trajectória manteve-se no mês seguinte, por causa da queda das vendas para os países da União Europeia (UE), onde Portugal tem o principal destino das exportações.

Para o mercado intracomunitário, o escoamento de stocks baixou 6,1% (para 2832 milhões de euros em exportações), mas, já para países de fora da União Europeia (UE), as vendas aumentaram 6% (para 1201 milhões de euros), o que não tinha acontecido em Fevereiro.

Ainda assim, e graças a um crescimento no arranque do ano, as exportações no conjunto do primeiro trimestre têm um ligeiro saldo positivo: cresceram 0,3%, um valor acumulado só possível pelo aumento de 6,8% na saída de bens em Janeiro.

Na comparação homóloga, Fevereiro e Março foram meses negativos para o sector exportador. Mas se olharmos para o volume de exportações de cada um dos meses, regista-se um crescimento de 9%. Enquanto em Fevereiro as exportações totalizavam 3699 milhões de euros, no mês seguinte ascendiam a 4033 milhões.

Em relação ao ano passado, há, no entanto, uma queda pela segunda vez acima dos 2,5% num quadro de recessão na zona euro. Para isso pesou de novo a queda nas vendas máquinas, veículos e material de transporte para países da UE, onde o sector automóvel continua em terreno negativo.

“Quando Portugal exporta cerca de 75% dos seus produtos - bens e serviços - para a Europa, quando a Europa está em recessão, ou abranda, isto tem um impacto muito grande sobre as nossas exportações”, comentou Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia, à margem de uma reunião com o Conselho para a Indústria, citado pela Lusa. "Existe um arrefecimento bastante grande da economia europeia”, acrescentou.

A queda das vendas para o estrangeiro acontece numa altura em que as importações se reduzem de forma expressiva. No primeiro trimestre, as compras ao exterior desceram 7,2%, muito à conta dos países comunitários. As importações de produtos oriundos da europa desceram 9% - 8,8% só na zona euro. Fora da UE, a queda foi de 2,5%.

No comério com a Europa, em Março (e face ao mês homólogo de 2012), as maiores reduções registaram-se nos combustíveis minerais, veículos e acessõrios, e máquinas e aparelhos. Comparando com Fevereiro, houve um aumento de 5,7%, em especial devido ao acréscimo verificado nos produtos químicos, agrícolas - sobretudo sementes de girassol - e máquinas e aparelhos.

Fora da Europa, as importações caíram em todos os produtos analisados pelo INE, face ao ano passado. Em comparação com Fevereiro, as compras ao estrangeiro subiram 2,9%, sobretudo, devido ao aumento resgistado nos combustíveis minerais.

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