Estivadores europeus decidem acções de luta que afectem o tráfego português

Medida de apoio às reivindicações dos profissionais portugueses.

Foto
Estivadores estão contra medidas do Governo

O IDC-Europa, que esteve reunido em assembleia-geral nos últimos dois dias em Chipre, aprovou uma moção em que repudia a “falta de desenvolvimentos” sobre a situação dos estivadores profissionais portugueses e, por isso, mostra-se disposto a “reagir fortemente”.

“A assembleia-geral decidiu avançar com acções que afectem o tráfego com origem ou em direcção a Portugal. Um "Steering Commitee”, uma Comissão de Trabalho, será constituída muito rapidamente e irá reunir no início do mês de Outubro em Algeciras (sul de Espanha) e está encarregada de elaborar uma estratégia e acções à altura dos ataques sofridos pelos nossos camaradas”, refere a moção aprovada na reunião em Chipre.

A assembleia-geral reuniu 75 representantes, entre os quais, António Mariano, presidente do Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal.

Em comunicado, o organismo indica que, depois de serem ouvidos os “camaradas portugueses”, constata-se que não houve desenvolvimentos desde Fevereiro às reivindicações que apresentaram ao Governo português.

“Constatamos que o campo de aplicação da nova lei votada pelo Parlamento reduz o âmbito de intervenção da profissão, reduzindo de forma inaceitável o número de empregos dos trabalhadores portuários”, refere o IDC.

O concelho internacional de estivadores sublinha ainda que os profissionais portugueses, qualificados e registados, “são descartados e até dispensados a favor de mão-de-obra de baixo custo e sem formação” e que os empregadores do porto de Lisboa impedem qualquer negociação de um novo “texto convencional”.

Finalmente, o ICD, que diz estar “sempre atento e aberto à discussão”, nunca recebeu qualquer resposta às propostas de reunião enviadas ao Governo e ao ministro da tutela [Economia].

“Todas as organizações presentes nesta assembleia-geral estão prontas para reagir fortemente para que cessem estes comportamentos inaceitáveis”, conclui o IDC.