Cortes na função pública marcam reunião do Governo grego com a troika

Representantes dos credores internacionais estiveram reunidos durante duas horas com o ministro das Finanças grego, Yannis Stournaras.

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O Governo deverá receber a próxima tranche da ajuda no final de Março REUTERS/Yiorgos Karahalis

Os cortes de postos de trabalho na função pública marcaram a reunião do Governo grego com os representantes da troika, no âmbito de mais uma revisão do programa de ajuda externa ao país.

Os auditores da troika avaliaram ainda os progressos gregos na implementação de reformas, antes de desbloquearem mais uma tranche do empréstimo internacional para ajudar o país a enfrentar a crise da dívida soberana.

Os representantes dos credores internacionais estiveram reunidos durante duas horas com o ministro das Finanças grego, Yannis Stournaras, em Atenas.

Para além da redução dos empregos no sector público, há outros sectores difíceis em que a Grécia ainda tem trabalho a fazer: acelerar o plano de privatizações e recapitalizar quatro dos seus principais bancos.

Fonte ministerial disse à agência noticiosa AFP que a reunião decorreu “num bom ambiente”, e que apesar de se ter focado nos cortes na função pública, avaliou-se também os progressos no Orçamento do Estado de 2013, nas reformas estruturais e na evasão fiscal.

De acordo com as condições do resgate internacional adoptadas em 2012, a Grécia tem de reduzir 25 mil postos de trabalho na função pública este ano e um total de 150 mil até ao final de 2015.

Em entrevista publicada hoje no jornal grego To Vima, citada pela AFP, Stournanis disse que não haveria mais despedimentos.

“No último ano e meio, o sector público perdeu 75 mil pessoas”, declarou o ministro das Finanças grego.

De acordo com o jornal helénico, milhares de pessoas reformaram-se nos últimos anos e, a serem implementadas as medidas previstas para 2013, o sector público ficará com “enormes buracos”.

Em 2012, cerca de dois mil funcionários públicos foram colocados em bolsas de reserva, que implicam que as pessoas não trabalhem e sofram um corte salarial de 40% até serem despedidas.

Fonte ministerial disse à AFP que os representantes da troika “reconheceram o esforço que o Governo grego está a fazer” e sublinharam a necessidade de abrandar o desemprego crescente, que em Novembro atingiu a taxa recorde de 27%.

A <i>troika</i> estará na Grécia durante toda a próxima semana, e a agenda desta revisão do programa de ajustamento deverá terminar com o encontro dos representantes dos credores internacionais com o primeiro-ministro, Antonis Samaras.

A Grécia está a enfrentar o seu sexto ano consecutivo de recessão e desde 2010 já recebeu do FMI e da União Europeia cerca de 240 mil milhões de euros em empréstimos de resgate da economia.

O Governo helénico deverá receber a próxima tranche da ajuda externa, no valor de 2,8 mil milhões de euros, no final de Março.
 

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