Bosch prevê crescimento de 30% em Portugal para os próximos dois anos

A empresa, que exporta cerca de 90% da produção, estima ultrapassar a barreira dos mil milhões de facturação em 2016.

Foto
Centro de investigação da Bosch em Renningen, na Alemanha. Em Portugal a empresa tem dois: um em Braga e outro em Aveiro. AFP PHOTO / CHRISTOF STACHE

Com vários investimentos e contratações planeadas para Portugal nos próximos anos, a Bosch estima aumentar significativamente o ritmo de crescimento em 2016 em relação a este ano. A previsão é de 30%, percentagem que se deverá manter em 2017.

A acontecer, estre ritmo de crescimento deve fazer a Bosch escalar posições na tabela das 10 maiores empresas exportadoras de Portugal, onde, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística de Outubro, se posiciona em nono lugar.

A previsão foi avançada pelo novo representante da Bosch para Portugal, Carlos Ribas, que, em conversa com os jornalistas, adiantou ainda que o crescimento esperado pela empresa para este ano ronda os 15%, mais do que o previamente estimado.

Em 2015, a operação da multinacional em Portugal conta atingir uma facturação de 900 milhões de euros e, em 2016, espera ultrapassar a barreira dos mil milhões de euros, alcançando uma meta que estava estabelecida para 2019.

No total, a Bosch vai investir 100 milhões de euros em Portugal no próximo ano, não prevendo a abertura de novas unidades, mas sim a expansão e investimento nas já existentes.

Com 3800 trabalhadores da Bosch distribuídos pelas fábricas de Braga, Aveiro e Ovar, Carlos Ribas refere que a empresa tem já dificuldade em recrutar engenheiros em Portugal, situação que atribui à saída de quadros qualificados do país nos últimos anos.

No entanto, o fenómeno tem também aspectos positivos, considera, uma vez que os portugueses que foram para fora ajudaram a construir uma imagem positiva de Portugal, atraindo investimento.

Sobre a conjuntura, Carlos Ribas diz que a influência da situação política na Bosch “foi zero”, afirmando que daqui para a frente importa sustentar um clima favorável à competitividade.

Quanto às questões suscitadas pelo escândalo de manipulação de emissões da Volkswagen devido ao facto de a marca germânica ter utilizado tecnologia desenvolvida pela Bosch, o representante garante que a empresa não tem qualquer responsabilidade. “A Bosch está perfeitamente limpa neste processo”, assevera, sublinhando que que foi a Volkswagen que alterou o software.

Para evitar a repetição de casos semelhantes, a Bosch propõe a implementação de uma tecnologia que permita a monitorização das emissões dos veículos em tempo real.

Uma eventual crise de vendas da construtora germânica não assusta o grupo, que, até há cinco anos, tinha na VW um cliente que representava 20% das vendas da unidade de Braga. No entanto, essa realidade mudou, diz Carlos Ribas, que explica que a vende de componentes para aquela marca é agora “residual”.

Cerca de 90% dos produtos produzidos pela Bosch são para exportação. O grupo tem ainda dois centros de investigação em Portugal, um em Braga e outro em Aveiro.

Na empresa desde 2004, Carlos Ribas assumiu a liderança da actividade em Portugal em Agosto deste ano.

Sugerir correcção
Comentar