Armadores de pesca defendem redução de lotas para aumentar a concorrência

Há mais de 60 lotas e portos de desembarque, mas os armadores sugerem que devem ser reduzidos para um terço.

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As pescarias de profundidade representam 1 % do pescado do Atlântico Nordeste desembarcado Enric Vives-Rubio

A Associação dos Armadores das Pescas Industriais (Adapi) defendeu nesta terça-feira uma concentração da oferta de pescado através da redução das lotas para um terço das que existem actualmente, o que permitiria aumentar a concorrência.

Esta foi uma das propostas apresentadas numa audição parlamentar com o grupo de trabalho para a valorização do pescado e que o secretário-geral da Adapi, António Cabral, sustenta ser essencial para obter melhores preços.

“Defendemos a concentração da oferta num menor número de lotas para que haja maior concorrência entre operadores e se consiga obter um melhor preço”, afirmou à Lusa.

Actualmente, existem mais de 60 lotas e portos de desembarque, mas o secretário-geral da Adapi sugere que devem ser reduzidos para um terço.

A redução, acrescentou, seria acompanhada pela criação de uma rede de transportes climatizados, operados pela Docapesca, para garantir o transporte do pescado dos pequenos portos até às lotas centrais.

Esta alteração seria também importante para “combater as vendas informais”. “Quando a pequena pesca está muito nas mãos de dois ou três compradores, é encorajada a vender directamente aos restaurantes, fugindo ao circuito normal”, explicou o responsável da Adapi, pedindo mais fiscalização sobre este comércio.

Outra das propostas para atacar as vendas clandestinas passa por aumentar o valor das vendas anuais necessário para ter licença de embarcação, e que, actualmente, é de 12 salários mínimos por tripulante.

A Adapi pretende ainda “maior verificação das importações das grandes superfícies”, que representam 75% da distribuição de pescado fresco.

Os armadores alertaram também os deputados para a necessidade de reduzir o nível de fiscalidade, a fim de aumentar o rendimento das famílias, “para que o mercado interno possa funcionar”.

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