Anglo Irish Bank calcula ter perdido 17,6 mil milhões de euros em 2010

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A Irlanda recebeu, no ano passado, um resgate de 85 mil milhões de euros por parte do FMI e da UE Francois Lenoir/Reuters

O banco Anglo Irish Bank, intervencionado pelo Estado irlandês há dois anos, durante a crise financeira e monetária na Irlanda, anunciou hoje um novo recorde de perdas em 2010, por causa do seu elevado número de empréstimos de risco.

A instituição financeira tinha já tido um recorde de perdas de 12,7 mil milhões de euros no exercício de 2009 – o ano em que a sua nacionalização fez disparar o défice público irlandês para os 14 por cento, o valor mais alto da Europa nesse ano. E as perdas de 2010 deverão ser ainda maiores, no valor de 17,6 mil milhões de euros, segundo calcula o Anglo Irish Bank.

À parte dos activos “tóxicos”, o banco estima ter alcançado um benefício operacional de 1,8 mil milhões de euros. A injecção de capital realizada pelo Estado irlandês no final de 2010 permitiu à instituição assegurar os rácios de capital de acordo com as exigências do Banco Central Europeu.

Para suportar as perdas, o banco recebeu, ao longo dos últimos dois anos, 29,3 mil milhões de euros de fundos públicos. E em contrapartida das ajudas beneficiadas, vai continuar com a reestruturação exigida pelas autoridades europeias, para além da fusão que está a preparar com o banco mutualista Irish Nationwide, nacionalizado no ano passado.

Em Setembro, o Anglo Irish Bank dizia precisar de 25 mil milhões de euros de fundos públicos para evitar a falência, mas, um mês depois, o banco central da Irlanda apontava para um cenário pior: esse valor devia subir até aos 34 mil milhões de euros de financiamento.

O esforço realizado pelo Estado, apontaram os analistas, equivaleu a 32 por cento do PIB, no ano passado, obrigando Dublin a aceitar o último plano de socorro, de 85 mil milhões de euros, por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia.

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