Almerindo Marques diz que José Sócrates fazia “pressão” para “ser contratualizada mais obra”

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Paulo Penedos tinha pedido para escutas a José Sócrates não serem destruídas AFP

O ex-presidente da Estradas de Portugal (EP) Almerindo Marques disse nesta sexta-feira que, enquanto esteve à frente da empresa pública, entre 2007 e 2011, havia pressão do primeiro-ministro, José Sócrates, para "ser contratualizada mais e mais obra".

Na comissão parlamentar de inquérito às Parcerias Público-Privadas (PPP), Almerindo Marques afirmou que existia "pressão do primeiro-ministro da época para ser contratualizada mais e mais obra".

Questionado pelo deputado do PSD Fernando Macedo sobre a forma como essa pressão era consumada, o gestor explicou que José Sócrates exercia a pressão através do secretário de Estado das Obras Públicas.

"Pressionava as estruturas políticas, o senhor secretário de Estado [das Obras Públicas], para me dar instruções nesse sentido", declarou.

Na comissão de inquérito, Almerindo Marques disse ter "muito orgulho do trabalho" que fez à frente da EP, ao longo de quatro anos, explicando que lhe foi pedido para reestruturar a empresa pública, um objectivo que, destacou, "foi completamente cumprido".

O gestor disse que reduziu o número de quadros e de viaturas, que, quando chegou em 2007, "era uma balda".Almerindo Marques disse que se demitiu da empresa pública em Março de 2011 devido às "condições previstas" ao exercício de funções não se terem verificado, adiantando que só não saiu mais cedo devido à recusa de visto do Tribunal de Contas a cinco subconcessões rodoviárias.

"Só não cessei funções no primeiro mandato, porque surgiu uma situação nova, que foi a recusa de visto do Tribunal de Contas [TdC]", declarou, em resposta ao deputado do CDS-PP Altino Bessa, que questionou o gestor sobre as circunstâncias da saída da EP.

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