Schumacher saiu “deliberadamente” da pista e ia uma velocidade “normal” quando caiu

Investigadores concluem que a estância de Méribel cumpre todas as normas de segurança. Os esquis usados pelo ex-piloto de Fórmula 1 também não foram a causa do acidente.

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Patrick Quincy disse que a investigação "está avançada" AFP PHOTO/Jean-Pierre Clatot

As imagens captadas pela câmara presa ao capacete que Schumacher usava no momento do acidente de esqui revelam que ele seguia a uma velocidade “normal” quando caiu fora da pista e bateu com a cabeça numa rocha. Os investigadores concluíram também que o ex-piloto de Fórmula 1 não estava a ajudar ninguém, ao contrário do que foi inicialmente divulgado, e que a estância onde ocorreu o acidente cumpre todos os requisitos de segurança.

Segundo o procurador responsável pela investigação, Patrick Quincy, Schumacher “escolheu deliberadamente” ir esquiar numa zona entre duas pistas marcadas. O ex-piloto, que continua internado em estado "crítico mas estável", seguia a uma “velocidade perfeitamente normal neste tipo de terreno para esquiadores experientes”, afirmou, numa conferência de imprensa nesta quarta-feira, no palácio de justiça de Albertville, em França.

Os investigadores não conseguiram determinar com exactidão a velocidade a que Schumacher seguia aquando do acidente que sofreu a 29 de Dezembro na estância de Méribel, no Alpes franceses, mas este “não é um elemento particularmente importante” para o inquérito, sublinhou Patrick Quincy. Por outro lado, apuraram que as normas de delimitação das pistas foram integralmente respeitadas e que os esquis usados pelo ex-piloto “não foram a causa do acidente”, dois aspectos importantes na atribuição de eventuais responsabilidades.

“Há normas francesas em relação à segurança, sinalização, demarcação…as análises que fizemos mostram que essas normas foram respeitadas”, garantiu.

O acidente ocorreu cerca das 11h, a 2700 metros de altitude. Através da análise dos dois minutos de gravação, os investigadores concluíram que Schumacher desceu até uma zona de intersecção entre duas pistas (uma azul, que apresenta um grau de dificuldade baixo, fácil, e uma vermelha, difícil), seguiu pela pista vermelha e acabou fora da zona demarcada. Segundo o procurador, os esquis do ex-piloto terão batido numa rocha que estava fora do manto de neve, ele perdeu o equilíbrio e caiu, batendo com a cabeça noutra rocha, situada a oito metros das marcas de pista.

No vídeo “não se vê [Schumacher] a socorrer ninguém”, disse o magistrado, acrescentando que não há qualquer elemento que confirme a ideia inicialmente divulgada pela imprensa, de que o ex-piloto teria saído da pista para ajudar a filha de um amigo, que tinha caído.

A investigação, desencadeada pela procuradoria francesa para esclarecer algumas contradições nos relatos sobre o acidente, “está avançada”, garantiu Quincy. “Falámos com testemunhas, funcionários da estância de esqui, visitamos o local do acidente, consultamos especialistas e examinámos a gravação da câmara sequência por sequência, para determinar a velocidade e a distância em relação aos limites da pista”, declarou.

Michael Schumacher, que fez 45 anos na passada sexta-feira, continua internado no hospital de Grenoble em coma induzido, num estado "crítico mas estável", segundo os médicos. Nesta terça-feira, a mulher do sete vezes campeão de Fómula 1 pediu aos jornalistas que deixem a família e os médicos em paz.
 

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