Israelita com nacionalidade portuguesa morreu durante ataque de 7 de Outubro

Dror Or, que se pensava estar entre os reféns levados para Gaza a 7 de Outubro, está afinal morto desde esse dia, e o seu corpo foi levado para Gaza. Governo português e Presidência lamentam a morte.

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Família dos reféns dos Hamas reúnem-se em frente ao Ministério da Defesa de Israel em Tel Aviv Shannon Stapleton / REUTERS
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Um israelita com nacionalidade portuguesa, Dror Or, levado para a Faixa de Gaza depois dos ataques do Hamas de 7 de Outubro, foi declarado morto, anunciaram as autoridades israelitas e os familiares, numa notícia que está a ser avançada pelo jornal The Guardian. Segundo escreve o diário israelita Haaretz, Dror Or terá sido ainda morto durante o ataque de Outubro que fez mais de mil mortos. O corpo do homem ainda permanece no enclave palestiniano.

O Governo português lamentou a morte do cidadão luso-israelita, mas diz não ter acesso a mais informações porque a vítima foi tratada, para "todos os efeitos", como um israelita."Foi agora confirmado que Dror Or, raptado pelo Hamas, foi assassinado e o seu corpo está retido em Gaza", declarou o Governo israelita na sua conta oficial no X, acrescentando que Alma, Noam e o seu irmão Yahli são agora órfãos.

Dror Or, de 49 anos, foi morto e o seu corpo está retido na Faixa de Gaza desde 7 de Outubro, indicaram também, em comunicado, as autoridades do kibbutz Be'eri, onde vivia e cujos habitantes foram dos mais afectados pelo ataque do movimento islamista palestiniano Hamas contra o território israelita.

A mulher de Dror Or foi morta no ataque, enquanto dois dos seus três filhos, de 17 e 13 anos, foram raptados e depois libertados no âmbito de um acordo de tréguas entre Israel e o Hamas no final de Novembro. Alma, Noam e o seu irmão Yahli são agora órfãos.

Segundo fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o caso está a ser tratado "para todos os efeitos" como o de um cidadão israelita, o que significa que o executivo português não tem "acesso a informação nenhuma".

"O Governo português lamenta muito a morte" deste cidadão e "reitera a exigência de libertação imediata e incondicional de todos os reféns, em especial, dos que tenham nacionalidade portuguesa", adiantou a mesma fonte. Questionada se já houve contactos entre os Governo português e o executivo israelita a propósito destes caso, disse não existir "nada".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também apresentou as condolências aos familiares, "em particular aos filhos", depois de confirmado o falecimento. A nota publicada na página da Presidência renova ainda o "apelo à libertação imediata e incondicional de todos os reféns que se encontram em Gaza e à urgência de um cessar-fogo".

Corpo de israelita que se pensava em Gaza encontrado em Israel

Elyakim Libman, que também se pensava ter sido raptado pelo Hamas, foi declarado morto depois de o seu corpo ter sido encontrado em Israel.

As IDF afirmam que representantes militares, juntamente com membros do Instituto de Medicina Legal e do Ministério da Saúde, notificaram hoje a família de Libman sobre as descobertas. A sua morte baseou-se em “descobertas que foram identificadas na sequência de uma investigação complexa” levada a cabo pelas IDF, pela polícia, pelo Instituto de Medicina Legal e pelo Ministério da Saúde, afirma o exército, em declarações ao "The Times of Israel".

O anúncio da morte de Dror Or e de Elyakim Libman surge num momento em que os países mediadores — Qatar, Estados Unidos e Egipto — aguardam a resposta do Hamas a uma nova proposta de tréguas combinada com a libertação dos reféns.

"Só a libertação de todos os reféns - os vivos para que possam recuperar, os mortos para que possam ser enterrados - garantirá o renascimento e o futuro do nosso povo", afirma o Fórum das Famílias dos Reféns. "O Governo israelita deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para trazer de volta Dror" e os "outros reféns assassinados, para que possam ser enterrados com honra em Israel".

No final de Novembro, uma trégua de uma semana permitiu a libertação de 105 reféns, incluindo 80 israelitas e cidadãos de dupla nacionalidade, que foram trocados por 240 palestinianos detidos por Israel.

Notícia actualizada às 17h00: foi acrescentada informação do Ministério dos Negócios Estrangeiros português e a notícia de Elyakim Libman

Notícia actualizada às 20h12 com a reacção do Presidente da República

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